Procuram-se
líderes
Já não existem mais aqueles líderes como antigamente. Se formos
considerar o mundo político então, são uns coitados que mais
precisam do povo do que o povo deles. Na verdade, eu acho que um
político acaba tentando um cargo por motivos sociais. Acho que ele
precisa do salário que passa a receber porque, com a competência
que demonstram, talvez não consigam emprego em outra área. Deve ser
um tipo de fuga, pra conseguir um salário. E olha que é o emprego
dos sonhos. Eles têm o poder de definir o próprio salário.
Principalmente os do poder legislativo, que são quem definem as
leis.
Digo isso porque as reais funções de um vereador, por exemplo, não
são mais cumpridas por eles. Vejam só:
Deveriam representar o povo que os elegeram. Não fazem isso. As
coisas pelas quais eles legislam não tem, em sua maioria, interesse
do povo em geral. Talvez desse ou daquele grupo de amigos ou
influências. Mas não do povo como um todo.
Deveriam fiscalizar o executivo. Mas, convenhamos, ali é um jogo de
compadre. O que eles chamam de “alianças políticas”, usando uma
palavra que já foi sinônimo de algo bonito, de uma união em prol
de algo bom, na verdade mais se parece com formação de quadrilha,
pra ver o que fazer, ora pra encobrir as besteiras de um, ora para
encobrir os crimes de outros. Fiscalizar mesmo, a execução das
tarefas que deveriam ser feitas pelo executivo, não ocorre.
Deveriam criar leis. Mas eu acredito que estas leis criadas deveriam
ser para o povo, em benefício da maioria, criadas com
responsabilidade. Mas criam para benefício próprio ou de algumas
pessoas ou pequenos grupos de seu interesse.
Também já perderam a noção da diferença entre legal X moral.
Entre conivente e conveniente. Já não reconhecem legitimidade e
legalidade.
Isso acontece pelo Brasil todos, em várias esferas. Mas vejamos dois exemplos recentes. Em maio de 2018, em plena paralização dos
caminhoneiros, com crise de abastecimento. A Folha de São Paulo noticiou dia 31 de maio que a Câmara de Vereadores de São Paulo votou benefícios próprios que somados vão onerar em R$ 44 milhões por ano o orçamento de lá. Num período em que o
Brasil ainda busca se recuperar de uma grave recessão, os vereadores
de Limeira também acharam por bem gastar seu precioso tempo votando seu
próprio aumento salarial e do prefeito! Tudo bem, o índice foi
apenas a reposição inflacionária (2,84%), o mesmo oferecido aos
outros funcionários públicos poucos meses antes. Nisto pode até
parecer justo! Mas não é. O fato é que em outros aumentos
anteriores, estes que têm o poder de aumentar os próprios salários
o aumentaram mais do que os outros funcionários públicos. O fato é
que um vereador, ganhando agora R$ 7968,84 (acho que ele precisava
destes 200,00 de aumento, porque com os R$ 7748,77 anteriores acho
que eles não estavam conseguindo fazer o supermercado), o fato é
que ele ganha muito mais que a maioria dos professores por exemplo. E
não tem a carga horária de um professor. E não realizam nada, se
comparado às vidas formadas por um professor.
Quando, há 2 meses o funcionalismo público, através do sindicato,
pediu 12% num ano de 2,84% de inflação, eu achei um absurdo bem
descabido. Acabaram recebendo só a inflação mesmo. Tanto mais
descabido é agora estes 21 senhores e senhoras do legislativo
aprovarem na surdina, de forma sorrateira, como um ladrão ou alguém
que tem vergonha do que está fazendo (e devem ter mesmo), um aumento
em plena crise de abastecimento, enquanto a população está
preocupada com outras emergências. Diga-se de passagem que nenhum
destes senhores e senhoras se posicionou na cidade por causa da
paralização dos caminhoneiros e consequentes problemas ocorridos
por causa disto. Não fizeram nada. Mas o próprio aumento, sim!
Momento errado. Justificativa errada.
Não pela taxa. O índice está de acordo, dentro dos parâmetros.
Mas é pela atitude. O momento que vivemos no Brasil caberia bem mais
aos nossos líderes uma atitude, ainda que simbólica de congelamento
ou diminuição dos salários. Até porque, diga-se de passagem, os
vereadores (pelo menos a maioria) têm suas atividades extralegislativas como meio de
sustento. Não são dependentes desta atividade para sobrevivência.
E, se algum deles é, o salário, mesmo com uns 10% de redução,
ainda seria bastante suficiente. Mas pedir esse tipo de atitude é
pedir muito. Falta hoje em dia esse tipo de noção do “siga o
mestre”, onde os líderes de uma comunidade, de uma cidade, dão o
exemplo, para que se multiplique em atitudes semelhantes a fim de
melhorarmos a condição geral. Não é só nesta questão do salário
não. Falta exemplo em muita coisa.
leia também meu blog cristão: perolasnabiblia.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário