segunda-feira, 30 de abril de 2018

E leis são para quê?



Estamos numa democracia. Um tipo de governo onde (segundo consta da Carta Magna do Brasil e de vários países democráticos) tudo vem do povo, é para o povo e em nome do povo!!! Quê? Significa que este momento que vivemos beneficia o povo? Bem, não é bem isso que está acontecendo. Mas, como diz o ditado, cada povo tem o governante que merece. Vem do povo. Pelo menos, pelo voto depositado nas urnas da maioria do povo.
Democracia é o exercício dos direitos e deveres de cada cidadão na sociedade.
É o exercício da cidadania.
É o cumprimento das leis em todos os seus níveis para manter a ordem e o bom convívio entre todos. Democracia é o povo se fazendo presente nas discussões governamentais, a fim de fazer com que seja ouvido em suas necessidades. Democracia é a denúncia da corrupção, a fim de não deixar que os recursos sejam usados de forma errada. Democracia é a ativa participação do povo na elaboração das leis e discussões que orientam o futuro do nosso município, Estado e do nosso país.
Uma maneira de exercer cidadania é fazendo-se presente nas eleições e dando o voto para alguém que, não por ser perfeito, mas por ter caráter, mereça nosso voto. Não é votar no mais simpático, mas sim no íntegro, no que tem uma história definida pelo caráter e compromisso em defesa do povo. Mas quem liga para isso na hora de votar? Quem elege seu candidato baseado no caráter mais do que nos favores que pode conceder?
Quem está preocupado em fazer o correto, ao invés de fazer bonito?
E, neste sentido, quem se informa, ou estuda, ou busca se atualizar dos acontecimentos, para poder votar de acordo com as atitudes do candidato, mostradas nos jornais, noticiários etc.? Bem, e como é possível fazer isso num país onde, embora muitos saibam ler e escrever, não sabem interpretar, questionar, analisar ou criticar o que lêem ou escrevem!
A eleição é obrigatória. Todos precisam comparecer para votar ou justificar a falta. Senão, dá problema. É obrigatória a presença mas, parece que por pirraça, muitos pensam: “não é obrigatório fazer direito!”.
E muitos votam por obrigação e não para exercer cidadania.
Então pergunto eu, neste sentido: “eleição para quê?”
Outra maneira de exercer democracia é pedir que os governantes criem leis justas, que beneficiem o povo sofrido, que faça uma maior e mais justa distribuição de renda do país. Somos uma das maiores economias do mundo. O país mais rico em riquezas minerais. Recursos hídricos que colocam o Brasil como um dos países mais privilegiados do mundo. Temos algumas das melhores universidades e cientistas do mundo. Grandes empresas mundiais estão aqui, algumas com suas sedes. Mas somos comparados a países miseráveis quando se trata de fome, analfabetismo, acesso à saúde! E por que tudo isto? Em parte, porque as leis são criadas de forma a beneficiar alguns. Não se pensa nas consequências de uma lei ao criá-la. Não são feitas em benefício da maioria, mas pelos interesses de uma minoria.
Então eu pergunto: “e leis são para quê?”
Depois de criar as leis, se não há fiscalização, o espírito do “bom samaritano” nem sempre está presente para fazer com que sejam cumpridas. Geralmente as pessoas precisam ser fiscalizadas para obedecerem às leis. Mas nem sempre há fiscais do governo suficientes para fiscalizar. É então que o povo, o cidadão deve exercer sua democracia na fiscalização e em fazendo cumprir as leis que foram criadas. Para isso, há necessidade de conhecer as leis para que possam ser fiscalizadas. É necessário conhecer e se informar sobre os direitos e deveres de cada um. Mas nem sempre isso acontece. Nem sempre há pessoas interessadas nisso. Para alguns, parece que dá muito trabalho. Mas é necessário, para fazer cumprir, para fiscalizar: conhecer, se informar. Como um bom jogo de futebol que vai passar, que você deseja assistir. Se a TV estiver desligada não vai assistir. Então uma lei sem fiscalização, não tem função. É uma lei desligada, apagada.

E, finalmente eu pergunto: “e leis, são para quê?”
Para finalizar, eu digo que devemos ser cidadãos: obedecendo e cumprindo nossos deveres. Lutando e exigindo nossos direitos. Só assim as eleições terão uma função realmente válida, e poderemos dizer: “eleição para que tenhamos representantes dignos do povo no governo” e poderemos dizer “e leis são para que se faça cumprir a justiça e a igualdade entre o povo”.




segunda-feira, 23 de abril de 2018

Levando as eleições a sério


Só alguns poucos das gerações mais experientes no Brasil sabem o significado da conquista das Diretas, no movimento realizado no fim da ditadura militar e culminado em 1984, com a posterior eleição do presidente Tancredo Neves, falecido a 21 de abril e substituído pelo vice-presidente, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney), “pai” dos planos econômicos que fariam do Brasil um novo país e trouxeram a inflação galopante a estas terras dalém-mar. Alguém se lembra dos quase 80% de inflação mensal no momento mais crítico daquela época?
Nos primórdios da reconquista da democracia e do direito do povo a eleger seus governantes, a grande ânsia do povo era acabar com a má distribuição de renda. Tanto que o principal motivo de campanha do primeiro presidente eleito pelo povo depois da ditadura militar era a “caça aos marajás”. Ele promoveria, na presidência, uma caça àqueles que recebiam salários exorbitantes, promovendo uma redistribuição de renda. O povo sonhou, o povo o elegeu, pensando que agora, depois da ditadura e da inflação absurda, o país entraria numa fase boa. E Fernando Collor de Melo confiscou o dinheiro investido do povo e, depois, foi caçado por motivos de corrupção, justo o que ele mais disse que iria combater, a pedido do próprio povo nas ruas, substituído então pelo seu vice-presidente, Itamar Franco.
Voltamos então a um presidente não eleito diretamente pelo povo (o eleito era o Fernando Collor, mas Itamar, seu vice, assumiu no meio do mandato) que convidou Fernando Henrique Cardoso para seu ministro, o qual instituiu o plano Real. Quem se lembra da URV, no processo de transição para a nova moeda? Antigamente, quando passamos do Cruzeiro para o Cruzado, Cruzado Novo era só cortar 3 zeros que a conta continuava. Mas na época da URV, cada unidade valia 2.750,00 Cruzados Novos. A conta era difícil de fazer. Muitos se confundiam. Por alguns meses, vivemos esse processo duplo, de uma moeda e uma intermediária nas mãos, até a implantação definitiva do Real (R$), numa alusão à antiga moeda tão falada até hoje quando, nos meios populares, queremos nos referir a alguns trocados (réis).
Então, com a inflação controlada, sob a bandeira do Plano Real, o Ministro Fernando Henrique candidatou-se a presidente. E ganhou. 1 e 2 vezes. Tivemos 8 anos de governo eleito pelo povo, sem interrupção para que um vice viesse a assumir. O grande fantasma (ou dragão) da inflação foi embora (pelo menos aquela de 40%, 80% ao mês) e voltamos a acreditar. Mas, como todo remédio tem seu efeito colateral, veio a recessão pois, para manter as taxas inflacionárias baixas, é necessário manter um rígido controle no consumo e, como num efeito em cascata, isto diminuiu o consumo, a produção, o crescimento e, finalmente, o emprego.
E, neste novo cenário, o povo resolveu escolher alguém que pudesse (como pensava-se) resolver o problema da falta de emprego. O sempre candidato do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio, o Lula, depois de tantas tentativas, agora se elegia para fazer a distribuição de renda e para trazer o emprego. Esse problema foi resolvido. O bolsa família ganhou um gás. Mas como todo remédio pode causar um efeito colateral, mais uma vez, a solução trouxe seus problemas junto. Um populismo mantido às custas de muito dinheiro desviado e mau usado, uma estrutura governamental mantida à base de muita corrupção e um projeto de governo que se não o foi desde o início, tornou-se egocêntrico e megalomaníaco, sem a mínima preocupação com o Brasil, mas apenas consigo mesmo.
Logo em seguida, a primeira presidente mulher, Dilma Roussef, que nunca havia sido eleita nem vereadora, tornou-se em seu primeiro cargo eletivo, a maior autoridade do Brasil, levada a esta posição pelo altíssimo grau de popularidade do presidente anterior, seu padrinho Lula. Depois de cumprir o primeiro mandato, em seu segundo vimos um presidente ser retirado pelo processo de impeachment. E novamente, depois de tanto tempo, o vice assumiu, Michel Temer, num período onde irromperam as maiores denúncias de corrupção já ouvidas no Brasil.
O que ganhamos com tudo isso? Bem, primeiro uma experiência incrível em passar por tantas crises e mudanças. Temos o sistema bancário informatizado mais avançado do mundo “graças” ao tempo da inflação. Temos aprendido a usar o dinheiro e, agora, a buscarmos alternativas de renda quando o emprego falta. Estamos, aos poucos, aprendendo a ser povo e lutar pelos nossos direitos e interesses. Estamos na época das redes sociais, que permitem uma comunicação e mobilização como nunca antes. Estamos vendo na prática grandes nomes da economia e política irem para a prisão, algo impensado no Brasil até pouco tempo atrás. Milionários, senadores e ex-presidentes estão presos! Temos dado mais atenção aos 11 ministros do STF (e agora o povo até sabe o que significa “STF”!) do que aos 11 convocados titulares para a seleção que vai jogar a copa do mundo este ano na Rússia.
Mas, isso tudo não teria valor se não aprendêssemos dessa história toda a como votar. Como eleger nossos representantes. Como agir com eles depois de eleitos. Vamos aprender história. De verdade. Aquela história que nos leva a refletir e consertar nossos próprios erros. Vamos votar consciente e com maturidade. Precisamos ainda vencer a má distribuição de renda, a corrupção, a injustiça social, o coronelismo. Não está tudo resolvido. O gigante está acordando e se espreguiçando. Ainda não escovou os dentes ou penteou o cabelo para sair de casa.
Esta é uma longa caminhada. Mas depende muito mais de nós do que deles.


quinta-feira, 19 de abril de 2018

Aos futuros candidatos


Está chegando a hora. Logo os partidos terão de confirmar seus candidatos aos cargos para as eleições deste ano, quando todos os brasileiros maiores de 18 anos obrigatoriamente (ou maiores de 16 opcionalmente) irão passar em uma das urnas eleitorais para digitar os números que irão definir quem serão governadores, senadores, deputados (federais e estaduais) e o presidente pelos próximos 4 anos do país.
Pois é: está chegando a hora e eu pergunto aos candidatos: será que os senhores sabem, realmente, da responsabilidade e seriedade do desafio que os aguarda? Será que entendem que governar não é ficar legislando em causa própria ou fazendo conchavos, pagos com o dinheiro do cidadão, para aprovar leis que beneficiem este ou aquele grupo ou empresa? Será que entendem que estão sendo eleitos para governar para todos?
Antes de confirmarem seus nomes perante os partidos, pensem bem nisso.
Estão conscientes de que há pessoas que são afetadas e muitas que sofrem com as decisões tomadas pelo governo? Espero que a luta de vocês, senhores candidatos, não seja como eu ouço por aí, para ter uma posição onde se pode recuperar o alto investimento numa campanha. Aliás, fica uma pergunta: qual o interesse em investir tamanha soma de dinheiro numa campanha? Espero que seja a vontade de fazer com que o oprimido e o pobre sejam socorridos. Espero que os senhores tenham consciência de que Deus abomina (odeia com ódio completo) aquele que condena o justo, assim como aquele que inocenta o transgressor.
Espero, senhores candidatos, que tenham consciência de que Deus está olhando para todas as ações, para todos os “compromissos assumidos” e, mesmo que não pareça, ele cobrará isso de vocês. Pode ter certeza disso. Seja através da justiça humana ou, se esta vier a falhar, a divina certamente não falhará.
Para aqueles que se consideram cristãos (ou assim o disseram para ganhar votos dos cristãos), espero que estejam conscientes do que é “ser cristão”. Acima de tudo, espero que o interesse seja fazer o país melhorar, econômica e socialmente. Espero que quando aqueles que forem os escolhidos pela população para ocupar o papel de seu representante façam o que esperamos de vocês: representem o povo.
Os eleitos terão 4 anos para refletir no fato de que fizemos a escolha esperando que vocês sejam nossos representantes. Ou seja, que façam aquilo que precisamos para que a vida em comunidade seja possível e justa. Não queremos super-heróis, papai noel, mágicos, deuses. Queremos representantes. Aqueles que olhem para as crianças na rua e, como nós, não se conformem e tomem atitudes. Por favor, não passem os 4 anos de governo repetindo que não tem dinheiro para, no último ano (daqui 4 anos, quando tiverem de disputar de novo as eleições) encherem o país de obras com dinheiro vindo não sei de onde. Procurem acabar com o sofrimento de quem não tem casa própria (trabalho para os 3 níveis de governo – Federal, Estadual, Municipal), de quem está mergulhado no mundo das drogas. Saibam que por tudo o que fizerem, Deus tomará de vocês contas. Façam o que sabem ser realmente o melhor. E não fiquem arrumando justificativas vazias para dizer que não é possível. Porque, em tempos de campanha, tudo é possível. Que assim seja durante o governo, também.
Pensem bem na responsabilidade e nas vidas que irão ajudar ou prejudicar.