segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O Aborto - Responsabilidade do homem


Mas esta situação nos leva inevitavelmente a outra, não menos importante. A de que uma gravidez é fruto do trabalho de duas pessoas: um homem e uma mulher. E embora a mulher carregue (literalmente) a responsabilidade toda dentro de si, se olharmos sob um aspecto físico, não podemos negar que o homem tem igual responsabilidade (ou mais, se considerarmos que a ele caberia cuidar e proteger da mulher também, durante e após sua gestação) sob um aspecto ético, moral e psicológico. A geração de uma criança é obra de 2 pessoas: um homem e uma mulher. Mas se o homem não assume sua responsabilidade, fica muito fácil (circunstancialmente falando) para ele fugir desta responsabilidade. Basta “sumir”. Para a mulher, não tem como sumir assim.
Para onde ela fugir, a criança irá com ela, dentro dela. Então, é necessário que a mulher entenda que o aborto não é uma saída, porque ela precisa assumir a responsabilidade de seu ato. Mas é igualmente necessário entender que o ato do homem que some, que abandona deliberadamente uma mulher que deixou grávida (quando ele sabe do fato), é um ato tão grave quanto um aborto.
Só não é um aborto em si porque a criança não está dentro dele. Mas é tão grave e intenso, do ponto de vista moral e ético, quanto à mulher que realiza o aborto. O abandono dele é tão grave quanto o aborto dela. Tem o mesmo peso e não deve ser aceito, pois determina a morte, mesmo que não seja física, de uma vida. Em muitos casos, seu abandono é o que determina a morte física da criança e a decisão da mulher em abortar. Sim, porque vendo-se abandonada e desprotegida, muitas vezes é esta atitude de abandono do homem que determina a decisão dela de abortar. Então, quando o motivo do aborto é o abandono do homem, a decisão é responsabilidade de ambos.
Da mesma forma quando se fala da saúde pública, a questão deveria ser resolvida antes. Se ambos não queriam um filho, deveriam ter se prevenido antes. Não é uma terceira pessoa, uma criança que ainda está sendo gerada, que deve assumir, sozinha todas as consequências de um ato do qual sequer participou.
A responsabilidade do homem é tão grande quanto à da mulher. Portanto, ao invés de lutar para que se legalize o aborto, deveriam haver leis mais duras para pais que abandonam suas parceiras grávidas. Não apenas exigir uma ajuda financeira para dar de comer à criança. Esse foi um passo importante porque antigamente, nem isso era dado como responsabilidade ao homem. Mas uma penalidade se o mesmo fugiu e abandonou quando a mulher esteve grávida, se ele sabia. Algo com a mesma gravidade de “abandono de incapaz”, pois é isso que está ocorrendo. E a ele deve ser dada uma responsabilidade pela lei igual à que é dada à mulher pela sua condição natural de não ter como fugir desta responsabilidade. O caminho não seria aprovar o aborto, mas exigir dele que assuma sua responsabilidade. Neste sentido, está faltando uma dureza maior na lei.
Mas aí, mesmo com a presença de ambos (do pai e da mãe), alguém pode dizer que este pai não abandonou, mas também não deseja, junto com a mulher, ter a criança. Bem, aí novamente vamos falar do interesse da criança. Então, se não queriam ter um filho, que se prevenissem antes. Se deixaram escapar a prevenção, então que assumam a responsabilidade juntos. Mas não podem, mesmo que seja uma decisão dos 2, decidir pela não existência de uma criança que não pode sequer dar sua opinião.
Quando o argumento para o aborto é a insegurança da mulher de ter de criar filho sozinha, então creio que o caminho deveria endurecer as leis que exigem que o pai assuma suas responsabilidades. Pelo menos financeiras e, minimamente possível, as de apoio emocional à criança. E que se diga às mulheres que, mesmo quando o pai não escolhe participar junto da educação da criança, antes do aborto existem a opção de entregar para adoção e lembrando que a decisão, de qualquer forma, deveria ter sido a prevenção antes.





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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

O Aborto


O aborto é um assunto que, em si mesmo, abarca uma série de outros assuntos. É muito amplo e, ao mesmo tempo muito simples. Se devemos considerar a individualidade e a decisão da mãe, devemos também considerar a individualidade da criança. Particularmente, acho que a opinião da criança que seria morta num aborto, que não tem a chance de ser ouvida, deve ser muito considerada. Se devemos considerar a questão de saúde pública quando muitas mulheres se submetem a procedimentos em locais sem regulamentação, não podemos igualmente deixar de falar sobre a responsabilidade do pai. Se o corpo é da mulher, não podemos deixar de falar da prevenção e das consequências das atitudes.
Um dos primeiros argumentos que se levanta quando os defensores da legalização do aborto se pronunciam é que esta é uma questão de saúde pública. Pelo fato de que muitas mulheres praticam o aborto, e o fazem em locais não regularizados, sem condições de saúde que levam, não poucas vezes a complicações de saúde da mulher ou até mesmo à sua morte, após terem promovido a morte do feto de formas crueis para o feto e pouco cuidadosas para a mãe.
Por isso, dizem que se o aborto fosse legalizado e pudesse ser praticado “à luz do dia”, em locais regularizados e saudáveis, as mulheres teriam melhores condições de vida após o “procedimento”. Mas o bebê continuaria morto!
E se a questão é de saúde pública, não me parece muito inteligente preocupar-se com isso apenas quando a mulher já esteja grávida, no que se refira à possibilidade de realizar um aborto. Seria muito mais importante para a saúde promover o uso de preservativos, uma vez que além da questão da gestação, existe o risco de transmissão de doenças. Ora, se a mulher ficou grávida, é porque teve relações sexuais sem preservativos. Além de ter ficado grávida “sem desejar” (!!??), teria ainda corrido o risco de ter contraído ou transmitido alguma DST.
Me parece que o argumento de o aborto ser uma questão de saúde pública apresenta-se em um momento errado. Se a preocupação é de saúde pública, então que se invista muito mais em conscientizar homens e mulheres que existe a necessidade de se proteger. E não me parece nem um pouco razoável o argumento de que se o casal não foi capaz de pensar nisso previamente, se não se previniu quando deveria, se não usou os devidos mecanismos a fim de evitar uma gestação não desejada, então não me parece razoável que a saída seja sacrificar a vida de alguém que, além de não ter participado do ato de irresponsabilidade (de não usar preservativo) e além deste alguém não ter possibilidade de dar opinião, ainda seja o que venha a ser sacrificado neste processo todo. Isso me parece que está se ensinando à sociedade que quando se tem uma atitude irresponsável, bastaria eliminar as consequências. Não é bem assim. Se um bebê foi concebido por duas pessoas que não pensaram em se prevenir, então é necessário que se ensine que precisam assumir suas responsabilidades. Livrar as pessoas de assumir suas responsabilidades não me parece muito educativo nem muito bom para a sociedade, a médio ou longo prazo. Se todos se acostumassem que as consequências de seus erros podem simplesmente ser eliminados, então onde estaria a responsabilidade? Pior ainda se este ato pudesse ser feito com o aval, consentimento, apoio e financiamento do estado, do dinheiro público, como pleiteiam quem defende esta causa. Não me parece nem um pouco razoável.
Se a questão é de saúde, então precisa pensar nisto antes. No momento da concepção, uma vez que, além da gravidez, há outros riscos relativos à saúde envolvidos neste momento.




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