segunda-feira, 2 de setembro de 2019

O Aborto


O aborto é um assunto que, em si mesmo, abarca uma série de outros assuntos. É muito amplo e, ao mesmo tempo muito simples. Se devemos considerar a individualidade e a decisão da mãe, devemos também considerar a individualidade da criança. Particularmente, acho que a opinião da criança que seria morta num aborto, que não tem a chance de ser ouvida, deve ser muito considerada. Se devemos considerar a questão de saúde pública quando muitas mulheres se submetem a procedimentos em locais sem regulamentação, não podemos igualmente deixar de falar sobre a responsabilidade do pai. Se o corpo é da mulher, não podemos deixar de falar da prevenção e das consequências das atitudes.
Um dos primeiros argumentos que se levanta quando os defensores da legalização do aborto se pronunciam é que esta é uma questão de saúde pública. Pelo fato de que muitas mulheres praticam o aborto, e o fazem em locais não regularizados, sem condições de saúde que levam, não poucas vezes a complicações de saúde da mulher ou até mesmo à sua morte, após terem promovido a morte do feto de formas crueis para o feto e pouco cuidadosas para a mãe.
Por isso, dizem que se o aborto fosse legalizado e pudesse ser praticado “à luz do dia”, em locais regularizados e saudáveis, as mulheres teriam melhores condições de vida após o “procedimento”. Mas o bebê continuaria morto!
E se a questão é de saúde pública, não me parece muito inteligente preocupar-se com isso apenas quando a mulher já esteja grávida, no que se refira à possibilidade de realizar um aborto. Seria muito mais importante para a saúde promover o uso de preservativos, uma vez que além da questão da gestação, existe o risco de transmissão de doenças. Ora, se a mulher ficou grávida, é porque teve relações sexuais sem preservativos. Além de ter ficado grávida “sem desejar” (!!??), teria ainda corrido o risco de ter contraído ou transmitido alguma DST.
Me parece que o argumento de o aborto ser uma questão de saúde pública apresenta-se em um momento errado. Se a preocupação é de saúde pública, então que se invista muito mais em conscientizar homens e mulheres que existe a necessidade de se proteger. E não me parece nem um pouco razoável o argumento de que se o casal não foi capaz de pensar nisso previamente, se não se previniu quando deveria, se não usou os devidos mecanismos a fim de evitar uma gestação não desejada, então não me parece razoável que a saída seja sacrificar a vida de alguém que, além de não ter participado do ato de irresponsabilidade (de não usar preservativo) e além deste alguém não ter possibilidade de dar opinião, ainda seja o que venha a ser sacrificado neste processo todo. Isso me parece que está se ensinando à sociedade que quando se tem uma atitude irresponsável, bastaria eliminar as consequências. Não é bem assim. Se um bebê foi concebido por duas pessoas que não pensaram em se prevenir, então é necessário que se ensine que precisam assumir suas responsabilidades. Livrar as pessoas de assumir suas responsabilidades não me parece muito educativo nem muito bom para a sociedade, a médio ou longo prazo. Se todos se acostumassem que as consequências de seus erros podem simplesmente ser eliminados, então onde estaria a responsabilidade? Pior ainda se este ato pudesse ser feito com o aval, consentimento, apoio e financiamento do estado, do dinheiro público, como pleiteiam quem defende esta causa. Não me parece nem um pouco razoável.
Se a questão é de saúde, então precisa pensar nisto antes. No momento da concepção, uma vez que, além da gravidez, há outros riscos relativos à saúde envolvidos neste momento.




___________________________________________
se gostou deste texto, compartilhe clicando abaixo
e clique em “seguir” ao lado para acompanhar novas publicações.


conheça meus livros, publicados na amazon.com.br, disponíveis para compra em versão eletrônica e papel (procure pelo autor Lucas Durigon)

Nenhum comentário:

Postar um comentário