segunda-feira, 18 de abril de 2022

O Movimento Feminista é Machista?


Alguém me perguntará: qual a relação entre o movimento feminista e propagandas eróticas? Bem... muitas, de acordo com o ponto de vista que defendo. Primeiro, quero definir estas duas expressões.

Na minha concepção, “movimento feminista” não se resume a uma busca por dignidade da mulher, a uma busca por seus direitos e seu espaço na sociedade e um fim aos abusos que antes eram cometidos contra a mulher, negando-lhes o direito ao voto, à vida social igual ao homem e inúmeras restrições que não necessitam ser todas citadas aqui. Todas absurdas e herança de uma época quando se via a mulher como um objeto, de posse de um homem. As próprias mulheres se viam assim. A busca por esses direitos e igualdades é mais do que justa e louvável, na minha opinião. O que chamarei de “movimento feminista” é o extremismo a que chegaram algumas representantes desse movimento para se libertarem de tais repressões. Por exemplo, a maternidade foi relegada à condição de “estorvo” para a condição igualitária da mulher. Ora, uma mulher grávida ou amamentando não pode trabalhar direito, é discriminada. E a mulher prefere, em muitos casos, num ato de puro machismo contra si mesma, abrir mão da gravidez em prol da profissão. Atualmente, exames pré-admissionais na empresa detectam se a mulher está grávida, para lhe impedir a contratação. Também o trabalho da casa foi discriminado (somente pelo homem? Não, mas também pela mulher) como sendo algo que não é sequer considerado trabalho.

Não me refiro também (e prestem atenção os extremistas) à faxina, lavar e passar. Me refiro à boa administração, completa e idônea do lar, àquela à qual a bíblia se refere quando diz que a mulher sábia “edifica o lar”. É a administração da educação dos filhos, do controle das finanças, do apoio às estruturas familiares, principalmente dos relacionamentos. O que há de degradante nisso? Bem, o movimento feminista acha isso degradante. Motivo de orgulho é o trabalho do homem: diretor, auxiliar de escritório, engenheiro, advogado. Mas a administração do lar, não! Pra falar a verdade, vejo mais machismo que feminismo nisso! Então a mulher considera seu próprio trabalho, aquele histórica e tradicionalmente reservado à mulher, inferior e o do homem superior. E, na luta por valorização, ao invés de lutar para valorizar o próprio trabalho, a mulher buscou provar para a sociedade que era capaz de realizar o trabalho do homem e relegar a família à qualidade de estorvo. Não é isso um machismo? Por que não valorizar o trabalho de boa administradora do lar, de uma forma completa, como foi ventilado aqui. Fazer isso direito e de forma completa não é pra qualquer um. Esse tipo de mulher está cada vez mais rara.

Também a questão da “propaganda erótica” necessita elucidação, para esclarecer o propósito desta expressão para este pensamento aqui desenvolvido. Não estou falando aqui de propagandas pornográficas de filmes, boates e revistas. Não estou falando daquele erotismo direto dos centros de prostituição. Estou falando do erotismo invadindo as outras áreas da vida. Ora, hoje em dia, a propaganda de cerveja exige que se tenha mulheres sensuais, vestidas em biquinis (quando estão vestidas), propagandas de sabão em pó, de material escolar, de sorvete, de refrigerante, de viagens, de cigarros… etc etc etc, exigem que se tenha um toque sensual e/ou erótico para ser vendida. Há algum tempo comentei com um amigo sobre um cartaz que anunciava um sorvete de palito, com a foto de uma mulher, com um olhar sensual comendo o sorvete. Eu argumentei com ele que aquilo (aquele tipo de olhar) não era necessário para a propaganda de um sorvete. Ele retrucou que achava que assim o sorvete ficaria mais gostoso! É sobre essa “erotização” da propaganda que estou falando. A própria mulher se presta a esse papel. Afinal, qual o problema em sensualizar um sorvete, se o cache for bom. Parece meio contraditório à luta por dignidade feminina e querer lutar por ver vista além de alguém que se presta apenas a satisfazer ao homem. Mas, participando e concordando em sensualizar a propaganda de qualquer produto em troca do pagamento, ela mesma se coloca nesta posição de ser um objeto (de desejo), posição contra a qual tanto lutou, para não se ver objetificada pelo homem.

Mas, voltando ao início, qual a relação entre um e outro? Desejo fazer uma breve análise histórica para, inclusive analisar as implicações na formação familiar moderna sobre esse tipo de relação. Quero dizer que a mulher tem se entregado a vender a sua dignidade nas mais diversas esferas da sociedade. Isso tudo começou com algo bem simples, como a busca por direitos iguais, mas tem extrapolado o objetivo inicial, colocando a mulher numa condição vil e indigna.

Sigamos o seguinte raciocínio, de forma bem resumida, com as seguintes considerações:

Em primeiro lugar, o movimento feminista, este que luto para fazer a mulher ocupar o espaço que era majoritariamente ocupado pelos homens, com o simples intuito de provar que poderia fazer, ao invés de valorizar seu próprio espaço, esse movimento feminista levou a um número maior (muito maior) de mulheres ao mercado de trabalho (gradualmente). Isso vem gerando consequências, uma após a outra, em cascata, como num círculo vicioso. A entrada das mulheres no mercado de trabalho provocou um aumento na oferta de candidatos a vagas que, por ordem direta das leis sociais e econômicas, leva a uma diminuição dos salários. Mesmo que fossem somente homens, e se aumentasse o número de pessoas disponíveis para trabalhar o efeito seria o mesmo. A lei socioeconômica existe: o movimento feminista que levou as mulheres aos postos de trabalho apenas a intensificou. Mas isso gerou um outro problema: os homens não têm mais o número de empregos disponíveis antes.

Porém, para as empresas, é um movimento interessante, pois, historicamente, o salário feminino é menor. Por que isso ocorre? Bem, isso parece agradar aos empresários. Seria a mulher menos capaz do que o homem de ocupar e desenvolver bem tais postos? Creio que não. Nem menos, nem mais capazes. São iguais aos homens. Porém, a elas foi dado por Deus um dom (ou pela natureza, para quem não acredita em Deus, mas é algo imutável): o dom da maternidade, que têm relegado a segundo plano em nome de uma “liberdade” de vida.

Mas, como elas tinham que conquistar esse espaço profissional, como ocorreria em qualquer dinâmica socioeconômica (mesmo hoje em dia), se submeteram a salários menores que eram oferecidos para poder ganhar o espaço e, assim provar e mostrar sua capacidade feminina (eu nunca duvidei dessa capacidade, será que alguém no passado duvidou? Talvez sim! Que pena!). É o mesmo fenômeno que ocorre hoje em dia com os autônomos, por exemplo. Ou com os camelôs. Eles aceitam receber menos para “garantir o cliente”. E isso gera consequências econômicas a longo prazo. Assim agiu o público feminino para garantir seu lugar ao sol no mercado de trabalho.

Neste movimento, é interessante ao empresário ter alguém que faça o mesmo trabalho por um preço menor. E, volto a afirmar, a mulher é cabalmente capaz de fazer o que um homem faz: sua necessidade de provar isso é, historicamente, a meu ver, desnecessária e prejudicial. Em tendo mais gente disponível, e aceitando trabalhar por menos, logo os homens também, ao necessitar da vaga, aceitam trabalhar por menos (que é melhor do que nada e, pelo menos, garante o alimento da família).

Mas com isso, outro problema vem encadeado: a mulher não pode mais cuidar dos filhos, não tem tempo, é, na visão de algumas, uma “perda de tempo” e um “estorvo”. Precisa-se contratar outras mulheres que trabalhem para elas, cuidando dos seus filhos. Essas outras mulheres também têm filhos... mas como não têm dinheiro para pagar outras que cuidem dos seus (num círculo indefinido), os filhos destas vão para as ruas. Bem, não são só os filhos das babás que vão para as ruas: são os filhos das mulheres mais pobres, da camada mais explorada da sociedade que vão para as ruas porque suas mães não têm condições de pagar por quem cuide deles, pois têm de ir para o trabalho, então eles ficam por aí, nas ruas. Também não chamei essas crianças de marginais. Apenas citei como crianças sem o cuidado materno e paterno adequado. Não digo que toda criança que vai para a rua é um marginal. Aliás, a “rua” aqui significa qualquer lugar “fora de casa”.

Mas é uma análise longa e complexa. Bem, as mulheres aceitaram menores salários para garantir seus lugares, os homens perderam vagas pois aumentou a oferta de empregados disponíveis para as empresas, os salários estão diminuindo gradativamente, num ciclo movido por aquela história de “quem trabalha por menos”, pois cada vez mais as mulheres vão aceitando menores salários e, em dado momento, os homens também acabam aceitando. E, num ciclo sem fim, todos os salários vão diminuindo. Como já disse, não são melhores nem piores do que os homens. São iguais. E a família, que há algumas décadas, conseguia sustentar-se com o salário do homem, já não consegue mais. O salário de um que antes sustentava a todos agora precisa ser suprido por dois: o casal. E, quando num casal apenas um trabalha fora, as privações são tantas que causam problemas familiares pela instabilidade financeira, obrigando ambos a trabalharem pelo sustento.

Ainda há uma dinâmica interessante neste processo. As mulheres lutam hoje por uma igualdade de salários. Não uma luta armada, politizada, sindicalizada. Mas uma luta quieta, por baixo dos panos. Logo veremos elas comemorando os resultados de pesquisas que indicam que os salários já são iguais. Mas não vejo motivos de comemoração: não são os salários femininos que estão sendo valorizados. É o salário masculino que está sendo arrochado, pois entramos numa segunda parte desta dinâmica: agora são os homens que começam a aceitar qualquer posto e salários, porque, se ele não aceitar, há uma mulher na fila do emprego que aceitará. Que patrão vai desejar, de “bom coração”, pagar o maior salário?!!! Seria bem irônico ver as mulheres comemorando a igualdade nos níveis de salários. Não é vitória. É derrota. Derrota para a família.

Nisso tudo, quem perde é a família. O casal precisa (antes por opção, agora por obrigação) estar fora para trabalhar. Aqueles que não se submetem a isso são privados de suprir suas necessidades (mesmo as mais vitais). Os filhos são esquecidos e, marido e mulher, ocupados com suas obrigações profissionais, não têm mais tempo um para o outro.

Atualmente, não se vende mais um produto sem o apelo sensual. Nas famílias, em cada casa, a sensualidade não é mais algo natural. É algo planejado, com hora marcada. Os casais já não consideram esse assunto essencial para o bom andamento do casamento. Os filhos já não veem isso como natural, sublime, atitude de amor. Os filhos aprendem e veem a sensualidade primeiro na TV, na Internet. Aprendem fora de casa e depois veem ensinar aos pais. Isso mesmo, não é perguntar, é ensinar. Os pais nem percebem quando os filhos já estão “experts” nesses assuntos que eles julgavam ser os únicos a saber dentro de casa. Tem até aquela anedota sobre uma menina de 9 anos que diz para a outra na escola: “olha, achei uma pílula anticoncepcional no pátio”, ao que a outra menina responde: “ah, é? Mas, o que é... pátio?”.

E isso leva à consequência comercial. A curiosidade juvenil, a carência nos lares fazem com que os apelos sensuais na TV, Internet e outros lugares encontrem um público ávido pelo assunto, por causa da falta dele em suas casas.

Bem, mas e o movimento feminista? Ele tem incentivado a mulher a ficar fora de casa, a deixar filhos com babás, a não construir relacionamentos. É um dom desperdiçado. É desconsiderar a sabedoria de Deus na criação das coisas, quando colocou a mulher, cuidadosa e amorosa, atenciosa e lutadora para cuidar dos filhos e da família, para gerá-los, para doar parte de si.

Isso deixa os filhos sem bases familiares.

Isso faz com que todos percam.

Seria muito bom se toda a sociedade, homens e mulheres valorizassem o trabalho de estruturar uma família como o mais sublime de todos. E que as mulheres se vissem assim. Seria muito bom, se a sociedade se adaptasse para oferecer sim, às mulheres oportunidade de trabalho, mas numa carga horária que não prejudicasse essa atenção e cuidado que, antigamente, ela sabia fazer tão bem em sua família e muitas já não querem mais saber. Que elas tivessem sim a oportunidade de se desenvolver profissionalmente, de ter suas relações sociais de trabalho, que pudessem ter seu salário, viver tudo isso, sim, mas sem abrir mão de tão precioso dom dado por Deus, de cuidar da família. Mas não um trabalho que as objetifique, que as trate como objeto de desejo em troca de algum cheque. Se a sociedade oferecesse às mulheres trabalho que não as privasse da família, que os homens (principalmente os maridos), valorizassem seu trabalho familiar e caseiro e que elas próprias percebessem que esse é o mais digno, mais importante, mais desafiador e mais instigante trabalho de todos, acredito que todos poderiam ganhar com isso.

O movimento feminista não valorizou a mulher. Apenas a tirou de casa. Colocou ela para sair por aí, sendo objeto, seja na exploração de sua sensualidade (porque é isso que vende), ou em usar ela como objeto de barganha para diminuir os salários, de uma forma geral. Não a valorizou, a usou para os interesses dos grandes empresários.

A valorização da família é o único caminho da verdadeira valorização feminina. Não ficar trancada em casa, não nos moldes antigos, não como um objeto do próprio marido. Mas por uma valorização mútua, dentro da família. Filhos, marido e mulher valorizando-se uns aos outros.


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