segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Fim de ano. Vale a pena refletir?


Chegando a mais um fim de ano,
pergunto a quem está lendo este artigo:
vale a pena avaliar o ano que passou,
refletir sobre o que aconteceu,
fazer uma revisão geral?



E respondo com sim e não.

Sim, para aqueles que serão honestos e verdadeiros em suas reflexões e procurarão corrigir os erros, celebrar os acertos e seguir em frente.

Não para aqueles que fazem isso por fazer, apenas escrever ideias, sem muita reflexão, só porque alguém disse que era algo legal de se fazer. Para quem segue modinha, isso não muda nada, não serve de nada.


Sim, vale a pena refletir o ano que passou, as atitudes pessoais que tivemos, as respostas que demos às questões sociais que nos atingiram, verificar honestamente se foi ou não a melhor atitude, a melhor resposta, o que poderia melhorar e, realmente, pensar em colocar em prática uma melhor resposta numa próxima vez que precisarmos dar essa resposta. A vida toda é um contínuo aprendizado. E, se não fizermos isso, continuaremos ser o que já somos, fazer o que já fazemos e não daremos lugar à melhoria de nossas atitudes, ao aprimoramento de nossas decisões. Isso só pode ser feito com reflexão calma, livre de sobressaltos, feita no momento apropriado, de forma periódica.
Por estes e outros motivos, o fim de um ano é um momento muito oportuno para se fazer isso. Por exemplo, se ao passar por uma situação difícil, como a perda de um emprego, eu refletir e chegar à conclusão que deveria ter tido um melhor preparo profissional para manter aquela vaga perdida, significa que preciso tomar uma atitude neste sentido, para melhorar, para me aperfeiçoar, a fim de não perder a próxima oportunidade que aparecer na minha frente. Mas se eu não fizer isso num momento de reflexão sincera, calma, comedida, pode ocorrer de surgir uma nova oportunidade e eu me ver na mesma situação, sem condições de atender às exigências, e me desesperar e colocar tudo a perder.
Reflexões assim eu preciso fazer periodicamente. Mas também não todo dia, senão eu não vivo a vida, passo a viver apenas para avaliar e refletir. Então, o período de 1 ano parece bem razoável para as grandes atitudes da minha vida que preciso revisar e melhorar. Posso pensar em 3 ou 4 pontos importantes que aconteceram no ano, refletir sobre as opções, buscar melhorar onde for possível e celebrar e consolidar as atitudes que foram boas, para que sejam repetidas, de forma consciente. Essas opções, feitas no calor de uma nova situação que se apresente na minha vida de forma repentina, podem levar a atitudes precipitadas, sem a correta avaliação.
Celebrar os acertos também é de extrema importância. Traz esperança, nem tudo está errado, traz consolidação dos acertos. E que momento melhor do que este, na virada de um ano, para fazer um resumo de tudo o que deu certo.
Mas tudo isso só funciona se eu gastar um tempo nesta reflexão, parar, relembrar os acontecimentos, se eu for honesto comigo mesmo e ver realmente o que deu certo e o que não deu, sem máscaras, sem fingir ser o que não sou. Se realmente procurar colocar em prática o que preciso mudar, com atitudes consistentes. Só assim vai funcionar.
Porque, caso contrário, como muitos dizem, isso não leva a nada. Se for uma reflexão leviana, superficial, “só pra inglês ver”, se for algo que eu faço só pra cumprir a tarefa de algum coach ou guru, então isso não fará diferença nenhuma na minha vida. Vai passar ano, vai passar o tempo e tudo continuará o mesmo. Nada de mudança nenhuma.
Pra quem quiser experimentar e nunca fez, que tal começar neste fim de ano?




leia também meu artigo: "Teimosia e persistência"


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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Deficiente, eu?

  

As pessoas precisam entender 
que todo ser humano tem limitações. 
Poderia até chamar de deficiências. 
Algumas são físicas, outras mentais, 
mas há deficiências morais, 
da alma, de caráter, 
que são muito piores, 
mas ninguém percebe, 
são mais invisíveis.


As deficiências físicas, para quem as tem, são limitações com as quais precisam aprender a conviver, como um cego ou surdo, que precisam aprender formas de interagir com o mundo, ou então tentar adaptar uma melhoria que facilite o convívio com a mesma, como os amputados, que podem adaptar próteses e ter uma vida quase normal. No caso do deficiente mental, basta adaptar a participação dele na sociedade, naquilo que pode fazer no que se refere à profissão, de acordo com sua limitação.

Já as deficiências da alma, do caráter etc., (poderíamos até chamar, em alguns casos de “pecado”), são deficiências que não precisam se adaptar e acostumar com elas. São de um tipo diferente. Essas precisam mesmo ser extirpadas, curadas, transformadas. Não se coloca uma prótese em alguém que tem o hábito de mentir. É uma deficiência da alma que precisa ser curada. Definitivamente. É preciso haver mudança. Se um homem casado tem a deficiência de ser um adúltero, que trai a confiança da sua esposa e família, não vai adiantar ele aprender a linguagem de sinais para se comunicar melhor com sua família, e tentar conviver com esta deficiência (pecado).

Algum problema, seja de ordem física/mental ou moral/caráter, todos têm. As do primeiro grupo, temos assistido ao mundo tentar valorizar e melhorar o convívio dos deficientes e isto já tem mudado bastante. Antigamente, os pais de uma criança síndrome de Down, por exemplo, tinham o hábito de escondê-la, com vergonha. Hoje em dia, vivem normalmente com a sociedade, sabendo apenas que precisam direcionar a pessoa com deficiência para valorizar o seu potencial, e não ficar lamentando sua limitação.

Aliás, esse é o segredo de viver bem para a maioria das pessoas: Valorizar o potencial, não lamentar a limitação. Não apenas para os deficientes. Se, por exemplo, alguém tem um problema com o álcool ou drogas. É uma doença, mas poderíamos dizer que é uma deficiência de autocontrole da pessoa. Então esta pessoa precisa se afastar disso que a escraviza, buscar seu potencial e trabalhar ele e não ficar lembrando ou “dando corda” para aquilo que a limita, que a derruba, que a fere.

No caso dos deficientes, é importante ter pais que conseguem enxergar seu potencial, valorizar e desenvolver isso, passando por cima de qualquer deficiência, rotulada pelo resto da sociedade como limitante. Este auxílio dos pais, desde a infância, ajuda muito a desenvolver o lado bom, seu potencial e viver uma vida plena.

As deficiências são limitantes sob o ponto de vista do que a maioria considera normal. Mas quando vemos isto, podemos perceber a diferença que faz a atitude correta dos pais na vida de um ser humano, qualquer que seja, com ou sem deficiências físicas.

Portanto, precisamos entender que limitações e algum tipo de deficiência, todos temos, em alguma medida. Certos tipos são passíveis e até exige-se que sejam resolvidas. O hábito da mentira, do adultério, ou alguém preguiçoso que não gosta de trabalhar, de estudar, se o problema é a grosseria no trato com as pessoas, a falta de respeito pelo próximo e tantas outras, são deficiências de caráter, da alma, que precisam ser tratadas e curadas. Neste caso, não se adapta a convivência com o problema. Resolve-se e elimina-se o problema, através de uma mudança de atitude.

Todos podemos viver uma vida plena e somos capazes de coisas incríveis, com a ajuda de Deus. Alguns precisam se adaptar às deficiências, outros precisam eliminá-las. Não podemos nos entregar. Precisamos, cada um, buscar nosso caminho.





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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Dia dos Mortos

 


Na maior parte do mundo, há um dia do ano dedicado a relembrar os mortos. No Brasil, assim como em todo o ocidente, o dia escolhido é 2 de novembro. As formas e expressões culturais de como se fazer esta celebração difere em muitos lugares. Há países que fazem festa pelos mortos. Há outros que meditam de forma mais contida. Outros ainda visitam os túmulos de seus mortos neste dia. As formas são variadas, mas o objetivo deveria ser sempre o mesmo: lembrar, ao olhar para quem já se foi, de como a vida é efêmera, como não há exceção, em nenhum de nós, para esta realidade: que todos nos encontraremos com a morte.

Ao olhar isto, deveria ser claro o sentimento de valorização, de urgência de realização que deveria nos cercar. Deveríamos pensar em nossa vida, na sua limitação, tanto temporal quanto circunstancial e valorizar mais o que temos aqui e agora.

Ao visitar um morto que havia sido rico em vida, percebemos que sua riqueza, neste momento após sua morte, não faz diferença nenhuma. Da mesma forma, se o morto foi pobre, agora ele está no mesmo lugar que aquele que fora rico.

Ao visitar alguém que trabalhou sem parar para ter esta mesma riqueza, vemos que ele está no mesmo lugar daquele que além de trabalhar para seu sustento em vida, também esteve com sua família e pôde cultivar boas amizades.

Ao chegar-se ao túmulo de um atleta profissional, que passou seu tempo cultivando seu corpo, ou de alguém vaidoso, que gastava horas e dias procurando melhorar sua aparência, percebemos que estas pessoas estão na mesma condição daquele que viveu de qualquer jeito.

Alguém pode olhar tudo isso e chegar à conclusão de que “não importa o que eu faça, na minha morte, serei igual a qualquer um”. E, de certa forma, por um lado, isso é verdade.

Mas também posso chegar à conclusão de que tudo o que eu faço nesta vida, tem efeito apenas durante a vida. Porque, na morte, tudo o que eu faço aqui não fará diferença para o meu corpo físico, na morte. Porque, depois de morto, o pobre e o rico, o saudável e o enfermo, o ébrio e o sóbrio, o homem e a mulher, o negro e o branco, o intelectual e o analfabeto, todos terão seus corpos colocados no mesmo lugar.

Esta é uma reflexão importante. Para não nos apegarmos demais a coisas que ficam por aqui. Porque o fim de todos, neste aspecto é o mesmo.

Mas isto me leva a outra reflexão. O que, então, faz diferença, depois da morte, no que se refere às minhas escolhas e atitudes durante a vida? Olhando para quem morreu, seja há 1, 5 ou 10 anos, ou mesmo há séculos, o que ficou desta pessoa que morreu? Certamente não foi o corpo, por mais que ele tenha sido preservado.

Mas o que ficou para os outros foi o seu legado. O que fica de alguém que parte é aquilo que faz diferença na vida dos outros, da sociedade, do mundo. O que fica de um professor que morreu são os milhares de alunos que ele ajudou a formar na vida. O que fica de pais que morreram, foi o que eles ensinaram a seus filhos. O que fica de um grande estadista, depois de sua morte, foi o que ele deixou de transformações e benefícios para o povo que ele governou.

O legado é o que fica aos outros daquilo que fizemos em vida. E isso nos leva a pensar que devemos sempre fazer o melhor, pensando no todo, não apenas em nós. Mas, a começar de nós, pensando na nossa família, no nosso bairro ou cidade. Nos futuros cidadãos e o que podemos deixar para todos estes, ou apenas alguns destes, que possa melhorar suas vidas, fazê-los lembrar de nós de uma forma saudável, boa, alegre. Da vida que vivemos, o legado que deixamos é o que fica para os outros. Ao pensar neste dia, quem já foi, devemos refletir se estamos fazendo nosso melhor em prol do nosso próximo e refletir se a vida que estamos vivendo está valendo a pena.

E, como não adianta pensar nisso após nossa morte, porque depois de passarmos para o lado debaixo da terra, não há nada mais que possamos fazer, então refletir neste dia dos mortos sobre a vida daqueles que já se foram, deveria nos fazer pensar em nossas atitudes atuais, de nossas vidas e descobrir se estamos realmente no caminho certo.

Esse é um bom motivo de reflexão no dia dos mortos para aqueles que estão vivos.

Mas ainda há uma outra consequência na qual devemos refletir. Além do nosso corpo, existe aquilo que nos fazia ficar vivos, que mantinha o corpo ativo e vivo. Nossa alma, nosso espírito, depois de deixar nosso corpo, permite inclusive a deterioração deste. Porque o que conferia vida ao corpo não era ele próprio. Mas algo que permanece, mesmo depois que o corpo não permaneça mais.

Nossa alma, nosso espírito, terão uma continuidade após a vida corporal. E, o que fazemos com nossa vida, com nosso corpo, durante a vida, é o que determina o destino para onde irão nossa alma e nosso espírito. Então vale também, neste momento, uma reflexão: o que estou fazendo da minha vida compromete meu destino eterno?

Esse momento, de pensar na morte para podermos também nortear nossa forma de vida, é muito importante. Ter um momento de reflexão desses por ano pode ser muito frutífero, se o feriado não for apenas uma opção de descanso, mas sim de reflexão.

Lucas Durigon


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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Isso se aprende na escola

Quando ainda estava completando o curso médio, fiquei sabendo que a matéria “Educação Moral e Cívica” tinha sido extinta. Não seria mais lecionada. Fiquei contente. Muitos na classe ficaram. Não tinha razão de ser, aprender este tipo de coisas. Os professores que tive desta matéria não tinham amor pela Pátria, nunca vi civismo ou moralidade exemplar neles. Alguns até citaram sobre os perigos e desvantagens do fumo! Seria esse o melhor que poderiam fazer?

Hoje não fico contente. Gostaria que tivéssemos essa matéria. Gostaria que pudéssemos ter noções, desde cedo, sobre “Educação Moral e Cívica”. Não aprender sobre datas de revoluções, sobre vitórias brasileiras em massacres latino-americanos. Não apenas decorar nomes de generais para a prova. Aprender algo mais perto sobre “Moral” e sobre “Civismo”. Acho muito mais moral ensinar sobre a paz do que sobre a guerra. É imoral regozijar-se com a guerra, pois nela, não há vencedores: todos perdem.

Tenho participado de algumas poucas conferências, tenho visto noticiários. Alguns dizem que é necessário ter aulas de religião na escola (já disse que discordo).

Outros dizem que urge haver educação para o trânsito desde cedo, para crianças.

Uma cultura de paz, que ensine sobre as desvantagens da guerra e ensine sobre a paz, é essencial ser semeada na vida de crianças. Ensinar a importância da preservação ambiental é necessária, para que a próxima geração não coloque o materialismo acima da vida.

Noções de convivência social, rejeição ao racismo (de todos os tipos), aos preconceitos, são essenciais. Muitos defendem que é necessário ensinar sobre a sexualidade aos adolescentes (não às crianças), para termos uma sociedade saudável em termos de informação.

Vimos muito sobre política, formas de exercer o poder, de reclamar os direitos, de sermos ouvidos: seria importante fazer a criança, o jovem, o adolescente aprender de cedo a importância da política na vida da sociedade.

E uma política intimamente ligada à ética.

Isso, a mim, parece-se mais com “moral”, com “civismo”. Que todos possam buscar um encontro com Deus, mas por decisão própria, por escolha própria. Mas que também possamos ensinar às nossas crianças e adolescentes sobre os limites da liberdade. Que haja liberdade: mas se um jovem, ao chegar aos seus 20 anos de idade, não tem noções de respeito ao próximo, como poderá respeitar as regras de trânsito? Como poderá não se indignar com cenas diárias de guerra? Como poderá respeitar e conviver com pessoas de outras raças?

Esse aprendizado não cai do céu. Precisa ser compartilhado, discutido, vivenciado, praticado. É necessário, urge mesmo que repassemos a crianças e adolescentes uma base de “Educação Moral e Cívica” para que possam decidir-se, no momento certo, a respeitar o próximo, a respeitar limites. Que possam sentir as mazelas da humanidade. E que possam sentir essa dor. Que jamais se conformem, que jamais se acostumem a ver morte e sangue, todo o dia, na televisão, nas ruas, na esquina de casa: isso tem que fazer chorar. Tem que fazer doer. Isso precisa dar um nó na garganta. Não pode passar por nós despercebido.

Não estou defendendo aqui que uma matéria a mais na escola irá resolver (nem a longo prazo) os problemas que estamos vendo e vivendo. Estou apenas jogando uma ideia. Seria muito bom repensar o papel da sociedade, como um todo, no futuro do nosso Brasil, do nosso planeta. Mas acho, sinceramente, que o fato de isso não ser solução, não justifica desconsiderar uma semente.

Aliás, se um agricultor esperasse que uma semente resolvesse o problema da fome no mundo, ele, em sã consciência, jamais plantaria aquela semente.


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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Independência e Vida!!

Dom Pedro gritou Independência ou Morte!
Nós precisamos fazer valer a verdade de que
a independência gera vida.
Precisamos ainda lutar por essa vida
e uma verdadeira independência.



Aprendemos na escola que Dom Pedro I, príncipe regente, português, filho de Dom João VI, tendo vindo para o Brasil com sua família, gritou às margens do Rio Ipiranga em São Paulo (hoje capital do Estado): “Independência ou Morte!”. Bem, com esta frase, ele estava deixando claro que se dispunha a lutar até a morte pela Independência do Brasil.

Nos Estados Unidos, quase todos os países da África e Ásia e muitos outros lugares, a luta para se tornar independente do país dominante (metrópole) realmente gerou mortes (muitas mortes). No tempo que o Brasil foi descoberto, Portugal e Espanha, países católicos, com um povo acolhedor (como são os latinos) e de pouca tradição bélica dominavam as navegações e grande parte do comércio. Portugal dominou o Brasil (sua principal colônia) e alguns países africanos, tendo por isso mesmo facilidades para ganhar muito dinheiro no tráfico negreiro. A Espanha dominou o restante da América Latina, dividida (diferentemente do Brasil) em vários países. Por outro lado, França e Inglaterra (além da Holanda, em parte) também buscaram terras para dominar. Assim, EUA e Canadá se tornaram colônias desses países europeus, assim como muitos outros africanos e asiáticos. Bem, mas de todos esses casos, a maior parte precisou lutar até a morte pela sua Independência.

Mas no Brasil, foi diferente. Para começar a se tornar notória nossa tradição pacifista e pouca tradição bélica (dou graças a Deus por isso), quando D. Pedro I deu o grito da independência, não se levantaram exércitos da metrópole nem irrompeu alguma revolta interna. Ele talvez estivesse disposto a dar a vida, mas talvez soubesse de antemão que isso não seria necessário. E assim, olhando hoje para a história e vendo a história na qual estamos inseridos, fico pensando se não houve luta porque talvez ninguém tivesse levado a sério o nosso amigo D. Pedro. Talvez a metrópole (mesmo que estivesse enfraquecida) tivesse olhado para a sua atitude sem dar muito crédito. Talvez ninguém acreditasse que ele levaria aquilo adiante. Talvez alguém tivesse dito: “é da boca pra fora” ou “é conversa fiada”. E vemos, hoje que o Brasil não está realmente independente. Governantes, metrópole, povo, trabalhadores, nativos e estrangeiros: a maioria não acredita que somos independentes. Uma boa parcela de cada um destes grupos não acredita que nos tornamos adultos (como país) e autossuficientes. Talvez sejamos como aquele filho jovem que o pai e a mãe não percebem que já cresceu, já faz as barbas, já se veste sozinho e continua a ter o pai e a mãe como babás e fiscais de suas atitudes. Talvez nos considerem assim, mesmo que queiramos ser independentes.

Por que, tendo reservas naturais e fontes alimentícias tão abundantes, vemos muitos passando fome? Por que precisamos depender de mais empréstimos, a cada dia, de países e organismos estrangeiros, como se não pudéssemos nos sustentar com nosso trabalho? Por que precisamos aceitar imposições? Por que quando vamos ao shopping, ao supermercado ou outro lugar qualquer, valorizamos o produto importado e não contribuímos para gerar emprego dentro de nosso próprio país?

Me pergunto se estamos realmente independentes. Talvez falte um sentimento de ser brasileiro. De olhar com orgulho para o lugar onde nascemos e dizer: este é o melhor país do mundo para se viver. Talvez falte perceber que, além de sermos o 5º maior país em extensão territorial, de termos a maior reserva de água potável do planeta, somos também uma das 10 maiores economias (apesar da má distribuição de renda) do mundo. Demos ao mundo o avião, a fibra ótica e muitos outros benefícios. Temos a maior floresta tropical do mundo, o melhor futebol e vôlei e estamos entre os melhores em muitos outros esportes, apesar de termos um dos povos mais criativos do mundo e não termos o péssimo hábito de sair matando gente mundo afora.

Precisamos caminhar pelas próprias pernas. Ter orgulho de sermos brasileiros e parar de ficar pedindo dinheiro emprestado aos outros. Precisamos viver por nós.


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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Por mais educação Moral e tantas outras

 

Algumas vezes, em virtude de problemas de comportamento com jovens e adolescentes, algumas pessoas sugerem, por exemplo, que se coloque aulas de religião obrigatórias nas escolas. Sem rodeios, digo que sou contra, e sou pastor protestante. Acho que a religião a seguir é uma destas decisões que não podem ser feitas por procuração, não podem ser forçadas, não pode ser induzida. Cada pessoa precisa decidir por si.

Seria muito bom que, se a pessoa tem dúvidas, e os pais ou círculo de pessoas próximas (parentes e amigos) não lhe deram informações suficientes para uma decisão, então seria bom que esta pessoa procurasse se informar, de forma séria, consultando seu coração e pesquisando, com um intenso desejo de descobrir o caminho certo, de encontrar-se e encontrar ao próximo, encontrar a Deus. Mas não deve ser influenciada de forma tendenciosa. A decisão final deve ser espontânea e consciente. Então, sou contra aulas de religião em escolas. Religião precisa ser buscada, por quem se interesse, em igrejas, em locais especializados na religião.

Mas com relação às escolas, acho que existe sim um auxílio que esta pode dar. Há alguns anos atrás, eu estudei, na escola, uma matéria chamada EMC (Educação Moral e Cívica). Desde a 4ª série do ensino fundamental até o 1º ano do ensino médio, tive aulas de EMC. Estranho, enquanto eu estava estudando esta matéria, não entendia o que se aprenderia numa aula, de uma matéria chamada “Educação Moral e Cívica”. Eu não tinha a menor ideia do que era moral, nem do que era civismo (e nenhum professor desta matéria tampouco me explicou isso ao longo dos 6 anos em que estudei essa matéria, o que é surpreendente).

Hoje, eu não posso dizer que sei, mas posso dizer que arrisco um entendimento de Moral e de Civismo. Talvez todos possam se arriscar a ter um entendimento melhor, muito mais em virtude de tudo o que temos visto, lido nos noticiários.

Tendo um entendimento melhor do que é Moral e do que é Civismo, surgiu-me outra dúvida. O que será que pensavam os didatas que preparavam o currículo desta matéria, ao incluírem aulas sobre as guerras do Paraguai e sobre a Inconfidência Mineira, sobre a Revolução Paulista e sobre nomes, generais, heróis, siglas etc. etc. etc.

Qual seria, para esses didatas, o conceito de “civismo” e de “moral” ao incluírem letras dos hinos nacionais, à bandeira, sem que pudéssemos refletir e pensar sobre os motivos que nos levam a ser brasileiros? Significa civismo saber a letra de um hino e não ter amor à Pátria? Qual a relação que teria sido feita entre moral e o fato de aprendermos a dignificar pessoas que morreram em guerras? Que mataram em guerras? Será civismo o fato de nos alegrarmos com a morte de milhares de irmãos Latino Americanos, massacrados por um conluio de três países? Estou confuso. O que é “Educação Moral e Cívica” para estas pessoas? O que realmente ele queriam nos ensinar?

Será que alguém saberia qual era a intenção?


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segunda-feira, 14 de junho de 2021

Drogas não !!! Faça sua parte.


Esse é um problema que assola todos nós,
direta ou indiretamente. 
Não escolhemos, às vezes, ser envolvido no problema mas, 
sem escolha, somos envolvidos muitas vezes. 




É certo que temos de fazer a nossa parte, cada um tem, para banir (pelo menos diminuir) este mal do nosso meio e impedir que as drogas façam parte da vida dos jovens, crianças (que absurdo! Já está alcançando as crianças!) e adultos.

Muitos já sabem o que precisam fazer quando alguém da família revela (ou descobre-se) ser um dependente químico, um viciado. O diálogo, que muitas vezes faltou na infância e adolescência, agora é o principal remédio, aliado a uma clínica de recuperação, auxílio psicológico e médico, espiritual e familiar. A presença da família, neste momento, é essencial. E não digo presença física, digo presença real. A pessoa com problema precisa sentir a presença dos entes queridos ali por perto, neste momento de crise. Se esta presença tivesse sido real desde a infância, a possibilidade de chegar às drogas teria sido quase nula. Muitos dizem que estavam presentes, mas era só presença corpórea, não real. Estavam ali na sala, mas não estavam ali com ele. Muitos pais estão na mesa da cozinha com a família mas, na verdade, estão em outro lugar, sabe Deus onde.

Não basta amá-los, é preciso que saibam que são amados” (Dom Bosco).

Porém, quero chamar a atenção da sociedade toda para este mal. Não é só a família que sofre e que precisa tomar atitudes. Toda a sociedade sofre. Às vezes, sem ter nenhum viciado na família, você já foi vítima de um assalto na rua ou em casa, causado por um jovem que precisa de dinheiro para alimentar o vício. Às vezes podemos fazer algo com relação a isto. Não podemos impedir o assalto, mas podemos desencorajar a lucratividade dele.

Quando um aparelho de som é roubado de sua casa, um celular ou uma televisão, na maioria das vezes é para vender e conseguir dinheiro para drogas. Porém, para que se venda, é necessário que alguém compre. Geralmente, para ser uma compra atrativa, é oferecido por um preço bem abaixo do mercado e o comprador, ingênuo, nem percebe que está ajudando o tráfico de drogas e na destruição de vidas de jovens!

Podemos fazer algo. Podemos estar atentos e não aceitar produto fácil. Se uma televisão custa R$ 3000,00 numa loja que tem funcionários para pagar, aluguel, IPTU e outros impostos e muitas outras despesas e está sendo oferecida por R$ 200,00 na porta da sua casa, desconfie. Temos de tomar uma atitude porque este hábito de querer “levar vantagem” em ofertas deste tipo causa uma grande “desvantagem” pra sociedade e principalmente para a família do jovem que está fazendo girar o círculo do tráfico de drogas.

Ora, o tráfico é lucrativo porque o viciado faz “qualquer coisa” para conseguir o dinheiro para pagar pelo vício. E ele sabe que, se não paga, morre mesmo. Então o círculo se perpetua. Se cada um de nós, e todos nós, fizéssemos a nossa parte em quebrar este círculo em alguns pontos, a força diminuiria. Mas, mesmo que não resolva, vamos fazer a nossa parte, certo?

Lucas Durigon


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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Não existe viv'alma mais honesta do que eu

Quem já ouviu essa frase, 
pronunciada pelo excelentíssimo ex presidente, 
ex condenado, ex trabalhador, ex sindicalista 
e atual ser abjeto da nossa nação 
deve ter achado engraçado ou ter ficado indignado.



Sim, porque qualquer trabalhador mais ou menos honesto neste país sabe que uma declaração dessas, vinda de quem veio, só pode ser piada. E, em certa medida, é. Mas, olhando do ponto de vista do próprio ex presidente Lula, eu até que entendo o que ele quis dizer. Não concordo, mas entendo.

Embora, dita por quem foi dita, essa declaração beira ao absurdo, a verdade é que muitos dizem coisas parecidas todos os dias, das quais outras pessoas acham absurdo ou que seja piada. Isso acontece porque este tipo de declaração é feita por pessoas que vivem fechadas em ambientes tão profundamente arraigados em algum tipo de conduta, que se veem como exemplos a ser seguidos, apesar de serem pessoas de conduta semelhantemente ruins.

É que as pessoas baseiam este tipo de conclusão de acordo com a referência moral e de conduta que têm. Eu explico:

Tomemos o Lula, por exemplo, nesta declaração dele. Vivendo no meio em que ele vive, ele deve ter visto e vivido coisas absurdas lá, exemplos de desonestidade que fariam o tinhoso ficar arrepiado. Acredito que, talvez, a sociedade brasileira um dia venha a saber de coisas que vão deixar muitos mais de cabelo em pé ainda do que já estão. Talvez o ex presidente saiba de coisas que o façam pensar que o que ele fez não é nada ou, como se diz por aí, “é fichinha”. Assim como no passado, ficávamos indignados com os absurdos do Paulo Maluf, que era inclusive citado como exemplo de corrupção, quando se falava do assunto, e hoje é tratado como um estagiário na área, talvez venhamos a perceber que o Lula também estava apenas aprendendo o ofício, quando soubermos dos verdadeiros desmandes nesta área.

Neste sentido, o ex condenado Lula (porque o STF disse que ele não é mais condenado, apesar de não ter sido inocentado!) se vê num meio tão moralmente corrompido que se acha “um santo”, se vê, a si mesmo, como exemplo de conduta e pensa de si mesmo que o que ele fez não é nada. Porque, comparado aos seus companheiros na política, talvez ele seja, realmente, um aprendiz. Essa é a percepção dele que, num meio tão sujo, se vê limpo, ainda que esteja coberto de lama. Porém, quando algum brasileiro trabalhador olha para ele, o enxerga como o mais sujo de todos, porque a referência do trabalhador é outra. Embora, no meio de qualquer grupo social haja um pouco de sujeira e desonestidade, em alguma dose, não é nada que se compare ao que fazem alguns dos nossos políticos.

A questão toda é sempre o ambiente do qual temos a referência de comparação para analisar este tipo de coisa.

Funciona assim: imagina que a honestidade, ou mesmo outras características morais como sinceridade, bondade, generosidade e por aí vai, pudessem ser medidas de forma objetiva, como quando respondemos uma prova de matemática e podemos dizer que nota tiramos. Imagina que estas características citadas acima pudessem receber notas de 0 a 10, como nas provas escolares. Então, imagina uma pessoa que tem honestidade nota 4, mas que vive num meio e num grupo cuja honestidade tem a média 2. Esse que tem nota 4, vai se achar o máximo da honestidade, porque ele está acostumado a ver, a viver no meio de pessoas que têm essa característica inferior a dele, embora essa nota 4 (numa escala de 0 a 10) seja boa ali naquele meio, ainda é uma nota baixa, inferior ao necessário para, digamos, “passar de ano”. Não é aprovável. Diríamos que, se uma pessoa tivesse nota 7 de honestidade, embora não fosse perfeita (quem é?), teria uma nota suficiente para “passar de ano” ou, pelo menos, ser aceitável na sociedade como alguém considerado “honesto”. Mas aquele de nota 4, só pensa estar bem ao se comparar com o seu grupo, nota 2. Porque, de resto, ele está bem ruim.

O fato é que quando esta pessoa nota 4, que se acha o máximo enquanto está vivendo naquele grupo cuja honestidade não passa de 2, muda-se para um grupo cuja honestidade tem média 8, por exemplo, então ele vai se sentir um verdadeiro lixo. Porque, o que antes era superior e, por isso mesmo, ele não via a necessidade de melhorar, afinal de contas, já estava bem acima da média daqueles com quem convivia, agora convivendo num local cuja média é muito maior que a sua, será visto pelos novos pares como alguém realmente desonesto.

Esta é a questão da referência de comparação que todos usamos, sem perceber, o tempo todo, para nos qualificarmos a nós mesmos e aos outros. Geralmente, nossos julgamentos são feitos com base nessa comparação relativa. E isso não é bom. O ideal seria que nossa referência fosse algo máximo, aquilo que fosse o exemplo máximo em cada área (honestidade, sinceridade, bondade, generosidade, inteligência, cultura etc.) e, buscando esse máximo, agora sim uma referência incontestável, considerássemos que ainda falhamos, por não ter alcançado tal medida. Essa consciência humilde de nossa fragilidade nos manteria humildes e dispostos a melhorar sempre, e não ficar estancados onde estamos, por achar que já somos superiores.

Esse mesmo tipo de problemas na comparação se dá em várias áreas. Imagina que você é um aluno de escola, num lugar onde a média da sua classe em matemática não passa de 3, mas você mantém uma média de 6, nesta classe. Parece ótimo, só que a escola exige 7 para passar de ano. Então, mesmo sentindo-se o máximo, no local onde está, por causa dos outros, ainda assim não conseguirá passar de ano, se aprovado. E, mesmo que seus pais digam “olha, você precisa melhorar, porque desse jeito não vai passar de ano”, você pode sentir-se tentado a argumentar com seus pais “mas melhorar o quê, se já sou o melhor da classe?”. E essa “verdade” é apoiada numa referência deturpada, ao se comparar com o restante da classe, toda de reprovados.

Então, numa escola, numa escala de 0 a 10, existe o excelente, o máximo, que é o 10, o que deveria ser o objetivo de todos. Mas existe o aceitável, o aprovável, que é o 7. Abaixo disso, não é aceitável, e a escala desce, até o máximo reprovável, aquela situação em que “não tem jeito”. Porque quem tem 6 ainda está perto de se tornar aprovável. Mas e quem não sai do 2 ou 3, será que tem jeito? Somente com muito, mas muito esforço mesmo. Eu diria o mesmo para a questão da honestidade. Somente com muito esforço. Mas, o primeiro passo para quem deseja sair de um nível reprovável, é admitir que precisa melhorar. Assim, o aluno com nota 6 numa classe média 3, precisa entender que ser o melhor nestas condições não é suficiente. Ele não pode se comparar com os outros alunos de sua classe, porque nem ele, nem os outros conseguirão nota mínima para aprovação, que é 7, e serão reprovados. Mas, enquanto este aluno se julgar o melhor, naquela classe, nunca passará de ano! Entende a analogia?

Mas eu entendo, do ponto de vista do ex sindicalista Lula, que ele se julgue a alma mais honesta do Brasil. Na verdade, o meio ambiente onde ele vive, pode até ser que com nota 4, se julgue melhor do que o grupo, com média 2! A verdade é que ele não tem mérito, nesta área, sequer para ser aprovável (ter uma nota, digamos 7). Que dirá para ser o melhor (nota 10).

Essa analogia toda das notas é só para nos fazer refletir e perceber que muitos de nós julgamos assim em muitas coisas. E tornamos nosso julgamento falho, muito corrompido pelas circunstâncias e meio onde vivemos.

Eu poderia ainda dar o exemplo de um adulto formado no ensino médio, que vive numa cidadezinha onde a grande maioria não tem sequer ensino fundamental completo, onde muitos sequer saibam ler e escrever. Esse adulto, que tem o ensino médio e se julga o “guru” e o sábio daquela cidadezinha, cuja inteligência tem, digamos, uma nota 5 num local onde a média é 3, poderá se achar o homem mais inteligente do mundo, até mudar-se para um local onde a maioria da população tem formação superior e muitos têm doutorado. Bem, neste novo local, aquele sábio da vila, passa a ser considerado e visto como um ignorante. É que, no novo local, que tem uma nota 8 no quesito conhecimento, vai considerar pouco aquela nota 5 do homem que veio da vila com nota 3.

Tudo é uma questão de referência. De saber “comparado ao quê” eu me avalio.

Por isso, acredito que todos deveríamos ter como base o máximo. Uma referência absoluta, não relativa. E então, buscar alcançar esse máximo (10), sabendo que já será suficiente se, nesta busca, formos aprovados (com nota 7), e pudermos então buscar melhorar para, aí sim, contribuirmos com a melhoria do mundo ao nosso redor. O problema é que a sociedade tem diminuído muito sua referência para estas questões. Tem diminuído muito seu padrão de qualidade e de exemplo a ser seguido. E aí, qualquer “zé ruela” passa a ser modelo a ser seguido, porque a média vai ficando cada vez mais baixa. Lula chegou a se comparar a Jesus Cristo. Agora, já pensou, trocar o exemplo máximo da história mundial, o filho de Deus, pelo cachaceiro Lula como exemplo a ser seguido? Pior é que muitos já fazem isso.

Mas a verdadeira referência, o modelo a ser seguido, está bem acima de tudo isso. O exemplo de Jesus, da Bíblia e, a partir destes, também dos grandes homens da história, que têm sido cada vez menos conhecidos pela sociedade.

É que muitos preferem escolher um exemplo a ser seguido mais simples, para não se sentir tão abaixo e não ter tanto trabalho assim para melhorar. Acredito ter sido numa tirinha do Garfield (o gato comedor de lasanha) que li certa vez: “Quer se sentir um vencedor? Cerque-se de perdedores.”. É uma maneira de sentir-se melhor, embora não o torna um verdadeiro vencedor.

Precisamos manter a referência lá acima, mesmo que não consigamos alcançar. Mas, pelo menos tentar, para manter a média mais alta. Senão, daqui a pouco, em nossas escolas, nota 4 será suficiente para passar de ano, daí imagina o bando de analfabetos formados que teremos espalhados por aí.

Lucas Durigon


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segunda-feira, 22 de março de 2021

Tipos de criminosos

 


Crime é crime! Certo? Isso mesmo. Um roubo, um assassinato, o aliciamento de menores para o tráfico, um estupro. Crime é crime. Antigamente, falava-se que aqueles que roubavam comida, muitas vezes era para se alimentar, dar de comer para a família e tudo o mais. Há algum tempo atrás, poderíamos dizer que este era o principal motivo dos assaltos referentes a gêneros alimentícios. Hoje, nem tanto.

A má distribuição de renda ainda faz muitas vítimas no Brasil. Por isso, muitos ficam sem ter o que comer. Alguns destes, no momento de desespero em ver seu filho chorando de fome, pode até realizar algum furto a fim de suprir as necessidades dos filhos. Não é um crime pior do que aquele funcionário de um estabelecimento que tem o péssimo hábito de “levar emprestado” um item da empresa para suprir um desejo de consumo ou uma necessidade real. Porém, neste caso, creio ser um crime de roubo pior, pois estamos falando de alguém empregado. Por outro lado, alguns destes funcionários não têm um salário digno, gerando indignação e revolta contra o proprietário, que sente-se pressionado pela cascata de impostos e, ao mesmo tempo, também deseja dar uma vida digna para sua família através de seu empreendimento. Nem todo empresário está “nadando em dinheiro”. Alguns são heróis, mantendo empregos que já deveriam estar extintos e, desta forma, auxiliando outras famílias a terem uma renda, ainda que, em alguns casos: pequena. Neste caso, aquele que gera impostos extras para suprir sua própria ostentação também é um criminoso. Aquele que desvia verbas e tira de quem precisa para colocar no seu próprio bolso também o é.

Temos ainda aqueles que se tornaram criminosos para sustentar um vício, gerado talvez pela falta de apoio familiar, pela falta de perspectivas futuras, pela falta de estímulo ao frequentar uma escola degradada e fraca. Talvez incentivado e aliciado por alguém que bate à porta da escola para convidá-lo a “ganhar um dinheirinho fácil”. Estes que precisam sustentar o vício, quando não têm dinheiro para tal (como aqueles que o sustentam com a mesada do pai, igualmente criminoso por não fiscalizar onde o filho põe o dinheiro), furtam algum material, que precisa ser revendido para gerar o dinheiro necessário para o pagamento de dívidas. Aqueles que compram material de origem duvidosa são igualmente criminosos.

No Brasil, só vamos ver resultados se combatermos todas as frentes que instigam à criminalidade: Pais que não dão atenção aos filhos, escolas que não fornecem um ensino de qualidade, traficantes que aliciam menores, receptores de materiais roubados, governos que aumentam impostos, corruptos que desviam verbas, funcionários que prejudicam empresas, empresas que não pagam salários dignos. Todos são culpados.

Todos são, em maior ou menor grau, criminosos. Alguns precisam de orientação e ensino, outros de punição e correção. Porém, precisamos ter em mente que o problema é nosso. Todos estamos envolvidos. Todos precisamos colaborar.


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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Já não se fazem super-heróis como antigamente!

 

Estive dando uma olhada nos super-heróis de antigamente: Super-Homem, Mulher Maravilha, Hulk, Homem-Aranha, Capitão América, Flash e tantos outros que povoaram e povoam até hoje o imaginário das pessoas. Em contraposição, observo os “heróis” que surgem hoje em dia: pokemon e seus treinadores, Dragon Ball, Mega Man e tantos outros que surgem aos montes.

Me pergunto porque estes de ontem ainda surgem (e ressurgem atualmente, com os relançamentos do Homem Aranha, Hulk, X-Men e outros no cinema) e povoam as mentes dos adultos (crianças de ontem) e ainda conseguem cativar crianças de hoje. Mas os atuais não conseguem cativar tanto e não duram tanto também?

O que será que cativa naqueles que não chama atenção nos atuais? E uma característica comum me chamou a atenção: os super-poderes. Já notaram que os heróis de ontem tinham superpoderes exclusivos e marcantes. Que eles, apesar da aparência humana, não eram humanos, mas ganhavam super-poderes justamente por não serem humanos (O super-homem veio de kripton, o homem aranha é um híbrido, resultante da ação de uma aranha radioativa, o Hulk teve alterações causadas por exposição radioativa, os X-men eram mutantes e assim tantos outros).

Os superpoderes e estas características os diferenciavam dos seres humanos “normais” e os colocava a uma distância segura, no imaginário de cada um, sem causar qualquer confusão quanto à identidade e à singularidade daqueles em relação a nós mesmos. Gostávamos de ver suas vitórias, baseadas nos superpoderes e, com exceção de algum possível garoto que tenha tentado voar pela janela do 10º andar pensando ser o super-homem, não se sabe de alguém que pensasse ter a velocidade do Flash ou que pudesse realmente se tornar verde e grande como o hulk. Fora das brincadeiras de criança do tipo: “eu sou o capitão américa” quando vestíamos as roupas típicas deles e fazíamos de conta que éramos super-heróis (e o código de honra da moçada fazia com que o “inimigo”, na brincadeira, acreditasse que tais poderes existissem). Bem, fora dessas brincadeiras, ninguém pensava ser realmente o Homem-Aranha (se alguém tentou escalar alguma parede, logo percebeu a impossibilidade).

Essa fantasia infantil era saudável. Povoava o imaginário, aguçava a criatividade, estimulava a busca de novas brincadeiras e interações sociais. Afinal, entre os super-heróis, haviam as sociedades (X-Men, Liga da Justiça, Os Incríveis, Os Marvel, Vingadores etc.) que lutavam unidas e os “inimigos”, que deviam ser derrotados. Assim, ao reproduzir a brincadeira, deveriam ser reproduzidas as interações sociais também. E a presença dos superpoderes não deixava ninguém na dúvida: aquele era um mundo. O meu mundo era diferente, real e não se misturava com aquele. Mesmo a característica comum a todo super-herói de precisar se “transformar” (Hulk), mudar de roupa (homem aranha, super homem, flash etc) ou o fato de não ser um humano facilitava essa distinção. O mundo da imaginação ficava lá. E eu aproveitava dele quando era saudável e no momento certo. E o meu mundo ficava aqui.

Hoje em dia as coisas mudaram. A distinção não é tão clara. E me pergunto se isso faz bem às crianças de hoje. Os heróis de hoje se resume a poderes que são habilidades em artes marciais, dando a impressão de que qualquer treinamento intenso numa academia poderia gerar os resultados que se vêem na televisão. Talvez muitos busquem isso, sem a tão clara e fácil distinção de antigamente.

Os heróis de hoje se resumem a saber lutar mais e melhor, a receberem cargas extra de força em seus próprios corpos, como que um anabolizante ou super-vitamina pudesse resolver o caso e não têm um ponto fraco em especial, mas são como os seres humanos, só que mais treinados, mais fortes.

Na época do super-homem, ninguém buscaria ter a força dele, pois sabia que era oriunda de outro planeta, reforçada pelo sol, diferente da nossa realidade, impossível de se obter. Hoje, talvez alguém busque ter a força de algum desses super-heróis, que fazem treinamentos, pois pode parecer possível tomar anabolizante e passar horas numa academia de musculação e artes marciais e, depois, sair de lá “lutando contra o crime”. A fantasia se mistura com a realidade. Isso porque a linha que antes as separavam agora é tênue demais. Antes era bem distinta. Agora é muito discreta.

Talvez o ser humano precise de super-heróis, de elementos fantásticos que aguce a imaginação e a fantasia. Mas talvez eles precisem estar bem afastados da nossa realidade. Assim ninguém vai ficar tentando bater no outro pensando que tem uma superforça.

A análise do sociólogo se une à maneira como o psiquiatra Francisco Assumpção avalia os jovens de hoje. 'Em linhas gerais, trata-se de uma juventude sem utopias, sem ídolos, sem heróis ou ideais. E essas referências são importantíssimas na formação de paradigmas, acordos morais e valores pessoais, assim como no desenvolvimento da identificação social', diz. Como consequência de todas essas ausências, a vida perde em significações, os jovens tendem a centrar seus objetivos na satisfação pessoal, restringindo suas ambições e sendo presa fácil do tédio ou da frustração. 'O aumento da violência juvenil e do uso de drogas pode ser entendido como maneiras de preencher esse vazio', diz Francisco.” (Superinteressante. Jan/2003. Edição 184. Pág. 61. “Como ela pôde?”)

Assim, ter um momento de fantasia é importante para a saúde mental. Manter essa fantasia distanciada e claramente distinta da realidade é mais importante ainda.




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