segunda-feira, 30 de março de 2020

Suicídio – não precisa chegar a isso


Tirar a própria vida.
Parece um ato extremo, incompreendido por quem não passa pelos extremos da luta da vida, mas que é muito comum e tem aumentado, inclusive entre grupos que antes não se via cometer tais atos.



Alguém vai ler a frase acima e dizer: “todos têm problemas na vida”. É verdade, todos têm, mas nem todos permanecem, constantemente, sendo atacados pelos problemas, sem trégua. Nem todos possuem distúrbios mentais, psicológicos ou sociais que tornem os problemas como se fossem becos sem saída. Nem todos têm a facilidade de alguns que não se importam com os problemas, deixando “a vida me levar”, tornando-se muitas vezes exemplos de irresponsabilidade e leviandade, mas não se deixando pressionar por nada. Nem todos têm a falta de escrúpulos de alguns que para se verem livres da própria pressão dos problemas, não se importam em fazer outros sofrerem etc etc etc.
Ou seja, aqueles que sofrem, sobre si mesmos, a carga de problemas todos, são pressionados constantemente sem trégua e têm dificuldades em se livrar desta pressão não são muitos não.
Todos têm problemas, é verdade. Mas alguns, para resolverem os seus, prejudicam o próximo. Se livram do seu problema de imediato, e os causam na vida de outros. Geralmente, aqueles que não aguentam e decidem acabar com sua própria vida, são aqueles que suportam tudo sobre si, sem repassar. Não está certo repassar nossos problemas para os outros, causar problemas na vida dos outros. Mas também não temos, muitas vezes, a estrutura para aguentá-los todos, sozinhos, sem um escape. Foi neste sentido que Jesus disse que poderíamos entregar a Ele nosso fardo, nosso peso, nossa dor, angústia e luta, pois ele nos daria alívio, descanso (Mt 11: 28). Neste sentido, ele tiraria aquela pressão que causa a explosão. Isso pode ser feito diretamente, para quem sabe como se relacionar com Deus, um ser invisível ou pode ser feito através de amigos, psicólogos, pastores, gente realmente disposta a ouvir e que possa oferecer aquele escape, aquele alívio, aquele conselho realmente relevante que alivie a pressão e traga o descanso necessário que dissipa a necessidade de medidas extremas.
Mas onde Deus ou Jesus entra, se procuramos um amigo, psicólogo, pastor etc.? Ele é o que dispõe estas pessoas para ouvir (se realmente estão dispostas). Ele quem dá sabedoria ou a palavra certa na hora certa, que traga novamente a vontade de viver para quem está no limite. Ou você acha que outros seres humanos têm a capacidade e o poder de restaurar vidas e tornar a trazer a vontade de viver a quem chegou no extremo? Este é um trabalho que somente Deus pode fazer, mesmo que seja indiretamente, através de alguém que esteja ali, estendendo as mãos e os ouvidos, com atenção.
Têm aqueles que já no auge dos seus 30 ou 40 anos, ainda vivem como se tivessem 12 ou 15. Não assumem nenhuma responsabilidade, nenhuma preocupação. Esse é um extremo com outros desdobramentos e outras preocupações. Este extremo também é prejudicial e talvez leve a alguém querer acabar com a própria vida, não pela pressão que sofre, mas pela falta de sentido no viver, pela falta de se achar importante ou útil. Mas há aqueles que já com 12 ou 15 precisam viver como se tivessem 30 ou 40, precisando sustentar uma casa, com irmãos mais novos e pais que estão no primeiro grupo e se abstiveram de suas responsabilidades, jogando nas costas de uma criança. Ou aquele adolescente que sente que precisa resolver os problemas de todos, ou que não se sente amado, porque nunca recebeu uma palavra de amor, de afirmação, de elogio de seus pais e dos que estão próximos, ou aquele adolescente que foi alvo de chacotas durante anos na infância pelos colegas e já “não aguenta mais”. Enfim, cada um precisa viver de acordo com sua capacidade de processar as dificuldades da vida.
Viver no extremo indefinidamente, sem conseguir avistar uma luz no fim do túnel, ser pressionado sem trégua, viver sem sentido ou sem amor. Tudo isso e outros tantos motivos levam pessoas a pensarem que dar um fim à própria vida é uma saída melhor que continuar do jeito que está. E pode parecer a única saída. Mas, com certeza, há outras saídas. Continuar nesta vida e encontrar seu propósito de vida (porque todos temos um propósito em estar aqui, pode ter certeza, Deus garante isso), buscar verdadeiros amigos e companhia, sendo que o primeiro deles deve ser o próprio Deus, disponível sempre, amoroso ao extremo e que compreende, como nenhum outro, nossas necessidades, e se abrir para Deus e para verdadeiros amigos podem ser soluções. Saber dar um tempo das pressões e conseguir ajuda para “despressurizar” é também muito importante. E tantos outros meios. Mas, com certeza, há saída.
Para quem não passa por isso, é necessário compreender, não deixar que a pressão dos que estão próximos de nós fiquem no extremo, estender a mão e os ouvidos para ouvir são atitudes que podem salvar vidas.
Mas com certeza, há saída, há opções. Esteja você de que lado estiver: precisando de ajuda ou podendo oferecer. Só não podemos, nenhum de nós, nos omitir, nos calar.
No final, a solução está sempre em Deus e no seu grande amor. Tenha certeza.



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segunda-feira, 9 de março de 2020

Teimosia X Persistência (parte 2)


...leia a primeira parte deste artigo: Teimosia e persistência

E agora quero propor avaliar algumas diferenças entre o “teimoso” e o “persistente”. Não podemos, como já dissemos antes, avaliar pelo tempo que demora para algo dar resultado, até porque isso é muito subjetivo. Cada um tem sua percepção de tempo e de como as coisas devem andar. O que para um é teimosia, pelo tempo que já demora, para outro é persistência, porque ele sabe que esse tempo é necessário para amadurecer os processos. E o persistente não atropela os processos. Anda e age conforme o caminhar de cada etapa.
Uma das diferenças mais claras entre o teimoso e o persistente foi dita acima. O teimoso muitas vezes insiste em algo, mas de braços cruzados. Fica com uma empresa aberta, ou amarrado num relacionamento, ou ainda preso por um emprego que não o leva a lugar nenhum apenas para ver se algum dia, “alguma coisa” acontece para mudar tudo. Não faz nada, em nenhum sentido, para ver se aquela situação muda.
Esse “fazer algo” também é muito amplo. Realmente, às vezes o fazer algo é justamente esperar pelos resultados de uma atitude anterior que precisa de tempo para ser respondida. Saber o tempo certo de esperar e de agir é realmente necessário. Às vezes o “fazer algo” é buscar o discernimento e a sabedoria justamente para se saber o que fazer em um determinado momento. O fazer algo pode ser uma simples conversa com um superior no serviço, com o companheiro(a) no relacionamento. Mas é precisa saber que algo precisa ser feito, do jeito certo e na hora certa, com sabedoria, não de qualquer jeito, a torto e a direito, a esmo. O teimoso conta, muitas vezes com a sorte. Espera que algo aconteça sem ter ideia do que seja. O persistente tem clareza quanto ao tempo de esperar, o de agir, o de parar, o de falar, o de calar, o de descansar, o de fazer uma retirada ou recuo estratégicos.
Se você inicia um empreendimento na sua vida, qualquer que seja, e não tem a mínima noção de como caminhar naquilo, é muito provável que fique nele, mais por teimosia do que qualquer outra coisa.
Fazer algo, implica saber o que se está fazendo. Mesmo que o que esteja fazendo seja ficar quieto, esperando, dar um recuo. Mas se for consciente e se souber o que está fazendo e o porquê estar fazendo aquilo, mesmo que seja descansar, então está fazendo algo. Esperar é diferente de ficar parado, neste sentido. Quem espera, sabe quando deve iniciar o tempo da espera e quando ele termina (mesmo que erre um pouco, no tempo, mas sabe que existe um início e um fim para isto).
Outra situação que diferencia o teimoso do persistente é saber avaliar, com sinceridade, os resultados parciais do processo. Mesmo que ainda não se tenha chegado ao resultado final, sei que estou caminhando, tomando algumas atitudes e percebendo que, a cada passo dado, alguns resultados parciais já se apresentam. E, nestes resultados parciais, pelos quais eu batalhei para alcançar, eu cresci, amadureci, me preparei melhor para os próximos passos, e vou saber aproveitar esse aprendizado quando seguir os próximos passos.
Por exemplo, pode ser que um determinado curso que eu faça não tenha por objetivo final a obtenção do diploma, numa situação específica minha! Diploma esse que eu terei se chegar até o final e devo buscar isso. Mas pode ser que este curso seja parte de um outro processo maior, onde o objetivo mesmo é a obtenção do conhecimento que ele me fornece. Se eu obtive o conhecimento, mesmo sem o diploma, então alguns de fora poderão me julgar “teimoso” porque fiz um curso que não trouxe “nenhum resultado” (estão dizendo sobre o diploma), mas eu posso estar consciente que obtive o resultado de que precisava, adquirindo o conhecimento que necessitava, como ferramenta para um projeto maior, do qual esse conhecimento obtido é apenas uma parte.
Conseguir observar e avaliar os resultados parciais pode caracterizar a persistência. O persistente olha e diz: “mais um passo que eu alcancei, que eu venci. Vamos prosseguir em busca do resultado final, porque consegui mais um pouco”. O teimoso nunca vai perceber isso, nem buscar. Fica atirando pra todo lado, sem objetivos, sem um alvo específico. E, neste caso, não tem como avaliar resultados parciais.
Na bíblia, eu poderia dizer que isso seria o que se diz de ser “mais que vencedor”. Eu venço aquilo que era o objetivo final, mas venço também vários itens parciais durante a caminhada. Minha vitória final na Bíblia é referente ao pecado. Mas, enquanto vou lutando para vencer o pecado, também sou próspero, também cresço em maturidade etc etc.
Outra diferença é que o persistente sabe o que está fazendo e o porquê, tem clareza das etapas, sabe qual é o seu objetivo. O teimoso apenas deseja o resultado e fica dando tiro a esmo, esperando que algum acerte, conta com a sorte. O persistente continua no seu caminho, consciente das dificuldades, do tempo e da dedicação necessários para se obter o que deseja e vai ajustando as atitudes de acordo com o caminhar. Muitos itens planejados no início podem necessitar de mudanças, de acordo com o que ocorre durante a caminhada, mas quem é persistente faz o ajuste das tarefas de forma consciente e não se deixa abater pelos imprevistos. O persistente sabe que os imprevistos fazem parte do processo e tenta resolvê-los, ajustá-los ou mesmo aproveitá-los em seu benefício no processo. O teimoso ignora os imprevistos e pode sofrer com isso. Fica apenas esperando que “algo resolva o imprevisto que apareceu”.
Há muito o que diferencia o teimoso do persistente. Espero que você seja persistente, consciente do que está fazendo, com um objetivo final e clareza das etapas para se chegar ao seu objetivo. Disposto aos sacrifícios e dedicação necessários para se chegar onde deseja. E que não fique, como um teimoso, uma mula empacada, insistindo em algo que nem sabe como anda, nem sabe por que está ali.



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