segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Eleições 2018 - Não existe salvador da Pátria


Este é uma mania do povo. Das pessoas. Do povo brasileiro. Achar que existe alguém que poderá, como num passe de mágica, resolver todos os problemas. Esse seria apenas Deus. Mas entre nós, dentre os mortais, não há alguém assim. Mas o povo insiste em terceirizar suas responsabilidades e, quando as coisas ficam difíceis acabam por tentar encontrar, às vezes desesperadamente, alguém que possa salvá-los de suas próprias escolhas. De novo, tentando dar para alguém a posição que somente Deus poderia ocupar. Mas o povo insiste.
Estamos próximos das eleições presidenciais. Depois de 30 anos de redemocratização, 2 impeachments, sendo o mais recente da última presidente que havia sido eleita, nas últimas eleições, depois do plano real e de vencer a inflação, depois da internet e do advento das redes sociais, depois de termos 1 copa e 1 olimpíadas realizadas aqui num intervalo de 2 anos, depois da prisão de muitos medalhões da política e empresários, teremos mais uma eleição presidencial.
Passamos, como brasileiros, por muitas coisas neste tempo. Aprendemos muito. Mas ainda temos muito que aprender. Principalmente o fato de que não devíamos votar com aquela esperança de que estaremos escolhendo alguém que vai resolver tudo. De que finalmente encontramos o salvador da Pátria. Isso não existe. Não encontraremos jamais alguém assim, porque não existe. Mas já deveríamos ter crescido o suficiente para entender que não deveria ser esse o objetivo de um presidente. O Brasil é um país com muitos problemas. Talvez o principal deles seja a forma de pensar do povo, como um todo. E por causa de tantos problemas, muitos procuram alguém que dê um jeito nestes problemas.
Mas o máximo que um presidente consegue fazer, se for muito competente e bom, é manter as coisas em ordem e melhorar 1 ou 2 características importantes no Brasil. Como fez Itamar Franco com o Plano Real (o ministro da fazenda da época era o Fernando Henrique, que deu continuidade ao plano quando foi eleito). Ou como fez o próprio Collor com a abertura de mercado. Ou o Lula, com a solidificação dos projetos sociais. Cada um dando sua contribuição em alguma área. O que não isentou nenhum deles de seus erros. Como Collor com as manipulações e corrupção, Fernando Henrique com a recessão, Lulla com a compra do Congresso. E claro, estou sendo muito conciso em tudo isso. A lista é muito longa pra falar tudo aqui.
Nosso próximo presidente, os próximos congressistas, governadores precisam ser competentes. Precisam ter boas características. Mas não serão a solução para tudo. Se pelos próximos 4 anos conseguirem resolver definitivamente alguns dos problemas, já será ótimo.
Não vamos esperar que salvem o Brasil. Mas, nem por isso, vamos também ignorar a importância disso e escolher “qualquer um”. Vamos escolher direito.



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