domingo, 10 de maio de 2020

Quem fala a verdade?


Antigamente, quando queríamos saber se uma fofoca ouvida nas redondezas ou um boato comercial era verdade, costumávamos recorrer ao noticiário, aos jornais, à imprensa de uma forma geral. Deveria ser ela a guardiã da verdade dos acontecimentos no mundo, sendo este (a verdade) um dos pilares de sua existência e a sua prática, o sustentáculo da sua credibilidade.
Se ouvíamos falar de algo aqui ou ali, esperávamos pelo noticiário da TV, à noite, ou pelo jornal impresso na manhã seguinte que teríamos certeza se aquilo era ou não verdade. E, como guardiã desta verdade, deveria ser a imprensa não apenas um dos pilares da democracia, mas também uma fonte confiável para que as pessoas soubessem dos acontecimentos e pudesse, assim, tirar suas conclusões e tomar suas decisões.
Imparcialidade e idoneidade são ferramentas essenciais para que essa verdade seja transmitida. Qualquer interesse particular numa notícia ou fato já o contamina com tendências e formas de falar/mostrar/escrever que colocam a credibilidade da transmissão da notícia em xeque.
Infelizmente, não temos mais como confiar na maior parte da imprensa. Hoje em dia, as coisas mudaram. E, claro, também não podemos confiar nos fofoqueiros de plantão das redes sociais. A grande maioria, se move por interesse. E, aos poucos que restaram, que não fazem isso, pairam também dúvidas sobre as notícias, visto fazerem parte do mesmo grupo. Assim como os políticos, mesmo quando há alguns que sejam honestos, difícil perceber, uma vez que a maioria massacrante deles se dá à corrupção. Da mesma forma, mesmo as fontes idôneas pagam um preço pela mentira da maioria. Injusto, mas inevitável.
E por que isso chegou a ficar assim? Pelo mesmo motivo já citado anteriormente neste blog, com relação às “verdades” ditas pelos cientistas, que não mais podem ser consideradas absolutas, visto serem movidas, não poucas vezes, por interesses econômicos. A sabedoria bíblica já dizia que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Aqui também, na propagação da verdade (da notícia), muito interesse financeiro, político, econômico, de poder envolvidos distorcem a visão de quem emite e de quem recebe a notícia. A verdade se perde nisso tudo.
A notícia é escolhida e selecionada para ir ao ar conforme o interesse de grupos. Assim, noticia-se por meses e anos a fio a morte de uma mulher negra e esconde-se ou ignora-se a morte de policiais que perderam suas vidas na execução de seu serviço.
Pelo mesmo motivo, seleciona-se os fatos que serão mostrados, até mesmo a entonação de voz dos âncoras e repórteres, além do tempo dedicado à transmissão da notícia muda conforme o interesse da empresa que transmite a notícia. Se uma empresa de alimentos foi multada por contaminação em seus produtos for um grande anunciante de determinado veículo de comunicação (gerando-lhe renda), a notícia poderá ser ignorada ou passar apenas como um pequeno detalhe, ainda que a contaminação tenha matado ou causado problemas de saúde em várias pessoas, conforme o interesse de quem dá a notícia.
E assim vai, os exemplos são diversos. Encontrar alguém que seja realmente idôneo, imparcial e que transmita o fato de forma concreta, completa, sem tendências ou seleções de informações é realmente difícil.
Podemos nos beneficiar um pouco da pluralidade atual, onde vários veículos transmitem a mesma notícia e podemos ver várias versões, facilitando nosso entendimento para descobrir a verdade em meio aos interesses que são transmitidos juntos.
Mas uma coisa é certa: não podemos mais simplesmente acreditar, inocentemente, em tudo que se diz, mesmo que seja no noticiário. Mais do que nunca, análise crítica e uma boa dose de conhecimento em todas as áreas é necessário para se chegar a saber da verdade. E, mais do que nunca, a verdade absoluta, que só pode vir de Deus (nenhum humano seria capaz de produzir ou transmitir verdade absoluta), torna-se uma segurança, mais do que uma ameaça à liberdade, como muitos pensam. É apenas a verdade absoluta que nos possibilita viver em meio ao mar de relativismo que o mundo se tornou.


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