segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O Aborto - escolha da mulher?



Mas então isso nos leva a um outro argumento de quem defende o aborto. O de que o corpo é da mulher e ela tem o direito de fazer suas escolhas, inclusive sobre o aborto. Neste ponto aqui, também vale repensar algumas coisas. Este argumento não é de todo válido, ainda que possamos entender que fica nas costas da mulher a maior responsabilidade de uma criança, em caso de gravidez.
Mas é necessário que a mulher entenda que foi dado a ela por Deus (ou quem preferir dizer que não acredita em Deus, pense que a natureza fez assim, de qualquer forma é como a mulher é) e capacidade de gerar filhos. Assim são as fêmeas dos mamíferos. Assim é na espécie humana. O homem fornece a semente. A mulher cuida de gerar. Por questões de superioridade da espécie humana, diferente de grande parte dos animais, aqui o homem deve participar das responsabilidades inerentes a este processo, inclusive porque o ser humano necessita de uma formação psicológica, moral, social e, para isto, o pai deve estar presente para integrar esta tarefa de formação do ser juntamente com a mãe. O processo não é apenas fisiológico. E, nisto, o humano difere de outras espécies animais.
Ainda assim, no momento de gerar, é sobre a mulher que fica a responsabilidade. E ela precisa entender que tem essa responsabilidade. Que isso foi dado a ela, não ao homem e, por isso mesmo, deve responder a isso. Não basta eliminar o ser que lhe traz essa responsabilidade apenas porque não quer assumir. Assim como seria um absurdo se um pai, durante a educação do filho, resolvesse eliminá-lo apenas para não ter de arcar com os custos de uma escola e outras despesas geradas por um filho. Também é um absurdo tanto quanto o aborto.
Mas o fato do argumento dizer que a mulher é dona do seu corpo e pode decidir o que fazer com ele também está fora de tempo. Isso é verdade durante o tempo em que o corpo da mulher é apenas o corpo da mulher. Ela pode decidir não ter um filho antes de engravidar. Decidir não ter relações sexuais, ou não tê-las fora de um relacionamento estável, fora do matrimônio, pode decidir até mesmo se prevenir para não engravidar. Tudo isso está no seu poder de decisão pessoal, enquanto seu corpo é apenas seu.
Quando, a partir do momento da fecundação, ela tem dentro de si outra vida, já não responde por si apenas. Agora é responsável por outra vida, por outro ser que dela depende, dentro do seu corpo, de seus cuidados para viver. Totalmente dependente. E aqui precisamos entender que não podemos simplesmente colocar este novo ser numa categoria de um objeto, de um apêndice, de um corpo estranho no corpo da mulher. A mulher agora não é apenas ela. Já não tem (durante um tempo determinado de 9 meses) o direito de decidir por si apenas. Tem a responsabilidade de decidir também pensando em outra vida. Foi Deus quem fez assim (ou a natureza, se preferir). Mas é assim.
Ela tinha todo o direito de decidir não engravidar. Antes. Agora não. Já não é mais sozinha. Agora responde por outra vida que dentro dela se desenvolve até estar pronta para sair e viver de forma autônoma. Pelo menos os sistemas essenciais como autônomos, porque a partir do nascimento, ainda depende dos pais para viver.
Portanto, a mulher tem sim o direito de escolhas sobre o SEU corpo. Não sobre o corpo de uma criança que está se desenvolvendo nela. Sua liberdade de escolha vai até o momento da fecundação. Inclusive pode decidir não engravidar. Não ter relações sexuais. É preciso entender que esse direito fica limitado durante o período que está gestando. E é preciso entender que essa característica não é uma escolha da sociedade. É algo inerente à sua condição de mulher. Faz parte da sua constituição de SER MULHER. É uma das características que a define como mulher e a difere do homem. Então precisa ter bem claro isso para fazer suas escolhas no tempo certo.

Em todos estes aspectos, não precisaria dizer que o ideal seria que toda gestação ocorresse por um casal que estivesse já estabilizado em sua relação. Num casamento, numa união em que ambos tenham, conscientes, a noção da responsabilidade de se ter um filho. De preferência, que já estejam unidos e estabilizados emocionalmente, que sejam maduros o suficiente para colocar uma nova vida no mundo. Em todo caso, se esse ideal não puder ser alcançado, ainda assim não justifica tirar a vida da criança por causa dos atos de 2 adultos que não pensaram no que estavam fazendo, ainda que soubessem das consequências.





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