segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Eleições 2018 - momentos finais

 Faltam apenas alguns dias agora. E, embora eu esteja escrevendo este artigo no fim de agosto, ao ser publicado, deveremos estar na última semana antes das eleições. Os votos já devem estar bem mais definidos, mas algumas coisas ainda não. No final de agosto, mais de 30% ainda não sabem em quem votar ou pretendem não votar em alguém. Isso é preocupante. Espero que no início de outubro isso já não seja uma realidade tão marcante. Espero que cada um pense na sua responsabilidade de participar das escolhas que definirão os próximos passos no nosso país.
Neste momento, quero refletir de forma mais suscinta sobre os candidatos que temos. Uma pequena reflexão nos ajudará a pensar em algumas características para nos ajudar nesta escolha. Alguns critérios de escolha em que eu acredito são gerais e bem simples.

Eu acredito que, basicamente, os que já tiveram sua oportunidade para mostrar serviço e não o fizeram, deveriam dar lugar aos que ainda não tiveram sua oportunidade.
Aqueles que foram condenados por crimes não deveriam nem se candidatar. Com certeza não são dignos do voto do cidadão honesto.
Se algum está sob suspeita e ainda não foi condenado, deveria se preocupar em arrumar a própria casa, esclarecer fatos, finalizar processos e investigações, colaborar com as autoridades para esclarecer sua inocência (quando for o caso) e não gastar seu tempo em eleições.
Competência é outro critério bastante importante: não adianta ter apenas boa vontade. É necessário ter alguma experiência. Não precisa ser expert em tudo, nenhum super político. Mas também não pode ser um “sem noção”.
Coerência entre discurso e prática e vida íntegra também são características importantes. Não acredito que haja alguém perfeito. Todos sempre terão (temos) algum erro. Para os adversários, que buscam sempre algo que criticar, claro que encontrarão algo. Mas uma dica importante é observarmos se as atitudes ruins das pessoas são recorrentes ou isoladas. Se uma atitude ruim ocorreu de forma isolada ou faz parte da conduta e dos hábitos constantes daquele candidato ao longo do tempo.
E já que estamos falando disso, humildade e reconhecimento dos erros é essencial para qualquer líder de valor. Já que não podemos escapar ao cometimento dos erros, a única maneira que temos de iniciar um ajuste dos erros cometidos é reconhecê-los de forma humilde. Aqueles que nunca admitem os próprios erros ou vivem tentando dizer que não os cometeu, tentar justificar etc., será alguém que jamais conseguirá corrigir os próprios erros. Um verdadeiro líder tem a capacidade e humildade de reconhecer e corrigir.

Temos alguns candidatos à presidência este ano que nunca tentaram este cargo. Outros que já tentaram. Pela primeira vez desde a redemocratização, um presidente que poderia tentar reeleição não o está fazendo. Isso é muito bom, dadas as circunstâncias.
Muitos candidatos em 2018 (em ordem alfabética):
Álvaro Dias (Podemos),
Cabo Daciolo (Patriota),
Ciro Gomes (PDT),
Eymael (DC),
Geraldo Alckmin (PSDB),
Guilherme Boulos (PSOL),
Haddad (PT),
Henrique Meirelles (MDB),
Jair Bolsonaro (PSL),
João Amoêdo (Novo),
João Goulart Filho (PPL),
Marina Silva (Rede)
Vera Lucia (PSTU).
São realmente muitos que estão tentando se candidatar à presidência. Minha opinião muito resumida sobre cada um deles.

O Alckmin já foi governador em São Paulo várias vezes. Também prefeito. Vice de Mário Covas, assumiu quando ele morreu pela primeira vez e seguiu os passos do seu mentor, buscando sempre uma responsabilidade nos gastos. Embora muitos critiquem o fato de ter valorizado pouco os servidores públicos, é de se pensar que São Paulo nunca mais teve problemas financeiros, com dívidas ou falta de recursos para manter os serviços, ainda que nem sempre satisfatórios. Talvez seu grande erro nesta eleição foi se aliar com muitos partidos tentando melhorar seu posicionamento. Não é o tipo de líder nato, mas um bom administrador. Se tomasse mais as rédeas do seu cargo ao invés de ficar ouvindo os acessores, talvez tivesse mais êxito.
Bolsonaro, deputado por quase 30 anos, cresceu no gosto popular por suas posições firmes em muitas áreas que têm sido atacadas ultimamente. Mantém coerência nos seus posicionamentos, sem negociá-los, mas também pode reconhecer erros e quando muda de opinião. De formação militar, defende mais rigidez no trato contra o crime, a corrupção, a afronta contra a família e outros assuntos. E realmente um líder precisa ter posicionamento. O fato de não ter acusações contra sua pessoa, mesmo depois de quase 30 anos de vida pública é muito favorável à sua candidatura. Procura formar uma boa equipe de trabalho que venha a suprir as questões que não domina e essa qualidade de trabalhar em equipe é muito boa.
Marina Silva, apesar de não ter acusações contra si de corrupção, pesa o fato de durante todo este período de crise política no Brasil, ter escolhido o silêncio e o não posicionamento, comportamento estranho para quem almeja cargo político, ainda mais para alguém já envolvido na área. Ela só resolveu se pronunciar em alguns assuntos agora, no período das eleições. A falta de posicionamento claro e firme dificulta o posicionamento dela como uma líder, para uma nação.
Ciro Gomes tem grande experiência. Já foi governador, prefeito, ministro no governo Lula e parlamentar. Apesar de um posicionamento firme em suas opiniões, o que faz muitos o classificarem como radical e troculento, isso pode ser uma boa característica para um líder. Mas tem dificuldades de manter diálogo e formar uma boa equipe, o que pode pesar num governo. É o tipo do político que não passa em branco, não pode ser ignorado. Ou é amado ou odiado.
Henrique Meireles tem o grande defeito de ser do MDB. Até é um homem de experiência, integridade, mas não vejo nele força política suficiente para fazer prevalecer esta sua posição pessoal. Dentro do MDB, vai virar marionete do partido se estiver na presidência. A falta de firmeza nos posicionamentos o coloca em situação parecida com Alckmin: um ótimo administrador, mas sem a firmeza que a posição de um presidente requer.
O Haddad é o substituto tardio do Lula. Além de ser do PT, partido que insiste em tomar o poder, não reconhecer os erros, querer eleger condenados, Haddad foi ministro da Educação do Lula por 7 anos e, apesar de ficar por aí dizendo que fez prouni, Fies etc., a verdade é que a educação, depois de 13 anos de PT, sendo 7 Haddad como ministro da educação, está na situação que todos conhecem, só de acompanhar seus filhos. Isso não é exatamente uma vantagem para o Haddad. Como prefeito de São Paulo, também não conseguiu se reeleger, o que mostra a opinião do povo daquela cidade sobre sua administração.
Álvaro Dias, parlamentar de experiência, não tem nada que pese contra na sua carreira pública. Tem também procurado se posicionar em algumas questões nesta eleição. Mas não tem ganhado os holofotes, talvez por sua conduta mais tímida.
João Amoêdo é a grande novidade nestas eleições. Uma boa opção se o único critério fosse renovação. Mas pouco conhecido, não temos como avaliar sua experiência e atitudes. Talvez se tentasse um governo ou Prefeitura antes, para vermos o que ele pode fazer, venha a ser uma opção interessante no futuro. Se conseguir manter firme se discurso, acredito que é um dos que temos de ficar de olho nas próximas eleições.
Cabo Daciolo, meio inexperiente ainda (é deputado há 4 anos), embora tenha pouca intenção de votos, já está fazendo um barulho, considerando ser principiante neste cargo e na política como um todo. Também é alguém para continuar de olho, nas próximas eleições, talvez tentando algum outro cargo, para avaliarmos melhor sua experiência e conduta.
Guilherme Boulos e Vera Lúcia, como representantes da extrema esquerda, estariam junto da Manuela D´Ávila, se ela não tivesse sido escolhida para ser vice do Haddad. Os 3 têm ideias radicais, mas parecem que vivem num mundo paralelo, onde os acontecimentos em que eles acreditam só existem na cabeça deles. A realidade do Brasil parece que é totalmente ignorada por eles e desejam fazer um governo como se vivêssemos num mundo paralelo, numa realidade alternativa.
Eymael e João Goular Filho estão ali, na disputa, mas parece que ninguém sabe.

Escolher não é fácil. Mas com critérios e pensando um pouco, poderemos chegar à conclusão de que temos sim, alguém que possa receber a tarefa de governar o país pelos próximos 4 anos, não para ser um salvador da pátria, alguém perfeito. Mas um presidente responsável, honesto, íntegro, competente e que possa levar esta nação mais alguns passos mais adiante.

Não abra mão de ser parte desta escolha. 

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