O aborto é um assunto que, em si mesmo, abarca uma série de outros
assuntos. É muito amplo e, ao mesmo tempo muito simples. Se devemos
considerar a individualidade e a decisão da mãe, devemos também
considerar a individualidade da criança. Particularmente, acho que a
opinião da criança que seria morta num aborto, que não tem a
chance de ser ouvida, deve ser muito considerada. Se devemos
considerar a questão de saúde pública quando muitas mulheres se
submetem a procedimentos em locais sem regulamentação, não podemos
igualmente deixar de falar sobre a responsabilidade do pai. Se o
corpo é da mulher, não podemos deixar de falar da prevenção e das
consequências das atitudes.
Um dos primeiros argumentos que se levanta quando os defensores da
legalização do aborto se pronunciam é que esta é uma questão de
saúde pública. Pelo fato de que muitas mulheres praticam o aborto,
e o fazem em locais não regularizados, sem condições de saúde que
levam, não poucas vezes a complicações de saúde da mulher ou até
mesmo à sua morte, após terem promovido a morte do feto de formas
crueis para o feto e pouco cuidadosas para a mãe.
Por isso, dizem que se o aborto fosse legalizado e pudesse ser
praticado “à luz do dia”, em locais regularizados e saudáveis,
as mulheres teriam melhores condições de vida após o
“procedimento”. Mas o bebê continuaria morto!
E se a questão é de saúde pública, não me parece muito
inteligente preocupar-se com isso apenas quando a mulher já esteja
grávida, no que se refira à possibilidade de realizar um aborto.
Seria muito mais importante para a saúde promover o uso de
preservativos, uma vez que além da questão da gestação, existe o
risco de transmissão de doenças. Ora, se a mulher ficou grávida, é
porque teve relações sexuais sem preservativos. Além de ter ficado
grávida “sem desejar” (!!??), teria ainda corrido o risco de ter
contraído ou transmitido alguma DST.
Me parece que o argumento de o aborto ser uma questão de saúde
pública apresenta-se em um momento errado. Se a preocupação é de
saúde pública, então que se invista muito mais em conscientizar
homens e mulheres que existe a necessidade de se proteger. E não me
parece nem um pouco razoável o argumento de que se o casal não foi
capaz de pensar nisso previamente, se não se previniu quando
deveria, se não usou os devidos mecanismos a fim de evitar uma
gestação não desejada, então não me parece razoável que a saída
seja sacrificar a vida de alguém que, além de não ter participado
do ato de irresponsabilidade (de não usar preservativo) e além
deste alguém não ter possibilidade de dar opinião, ainda seja o
que venha a ser sacrificado neste processo todo. Isso me parece que
está se ensinando à sociedade que quando se tem uma atitude
irresponsável, bastaria eliminar as consequências. Não é bem
assim. Se um bebê foi concebido por duas pessoas que não pensaram
em se prevenir, então é necessário que se ensine que precisam
assumir suas responsabilidades. Livrar as pessoas de assumir suas
responsabilidades não me parece muito educativo nem muito bom para a
sociedade, a médio ou longo prazo. Se todos se acostumassem que as
consequências de seus erros podem simplesmente ser eliminados, então
onde estaria a responsabilidade? Pior ainda se este ato pudesse ser
feito com o aval, consentimento, apoio e financiamento do estado, do
dinheiro público, como pleiteiam quem defende esta causa. Não me
parece nem um pouco razoável.
Se a questão é de saúde, então precisa pensar nisto antes. No
momento da concepção, uma vez que, além da gravidez, há outros
riscos relativos à saúde envolvidos neste momento.
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