segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Um Conselho


Temos passado por muitas coisas em nosso país ultimamente. Uma enxurrada de denúncias, prisões de quem antes não víamos presos, protestos nas ruas e nas redes sociais, mudanças de comportamento em vários lugares. Um país que andava adormecido agora movimenta-se pra todo lado. O fim disso tudo ninguém sabe ao certo onde vai dar. Mas uma coisa sabemos: nada é mais como antes.
Sabemos que não devemos esperar que tudo se resolva como num passe de mágica. O processo é longo e acredito que devemos ter um olhar de esperança para o legado que isso tudo irá deixar. Filtrando os erros que ocorrem e ainda ocorrerão, pois fazem parte de qualquer processo, devemos manter em vista o que de bom poderemos obter.
Se olharmos apenas para os resultados imediatos de tudo isso, poderemos ficar frustrados. Acredito que tudo seja muito bom, pela mudança que está promovendo. Mas precisamos aprender com tudo isso e levar para o futuro, para as próximas gerações, um legado que nos ensine a nunca mais deixar a situação voltar ao que era antes.
Nunca mais queremos que grupos dominem de tal forma a agirem em favor próprio, em benefício próprio, praticamente sem limites. Nunca mais queremos ser uma população inerte, que apenas assiste à destruição e à escravização do próprio povo, sem nada fazer.
Devemos manifestar. Devemos ir para as ruas. Devemos nos indignar com a corrupção, o abuso e a injustiça. Mas devemos tomar atitudes. Atitudes mais perenes. Devemos agir. Devemos cuidar melhor do nosso voto. Devemos cuidar melhor do que é nosso.
Há muitas maneiras de se fazer isso. E desde que seja honesta, todas são benvindas.
Mas agora, para que possamos aproveitar esse momento de mudanças e realizar uma mudança que seja perene, quero dar um conselho:
Participe mais das decisões que são tomadas em sua cidade, em seu país.
Senão, alguém tomará as decisões no seu lugar.
Quero te convidar para um conselho. Não o conselho do tipo que damos a alguém que está com um problema. Falo de outro tipo de conselho.
Quero te convidar a conhecer, na sua cidade, os conselhos que existem, formados por cidadãos que desejam dar sua pequena mas indispensável contribuição para a construção de um país melhor.
Quero falar dos conselhos municipais que existem, na área da saúde, da educação, da segurança e outras, ou seja, das áreas que influenciam nosso dia a dia. Vocês sabiam que a Constituição de 1988 previu a participação popular na governabilidade do país, das cidades, através da criação dos Conselhos?
Falo dos conselhos que permitem a participação do povo para sugerir, propor projetos de governo, fiscalizar atos do poder executivo, trabalhar em conjunto com o poder legislativo e mais, tudo de forma organizada e pautada pela lei.
Conselhos por exemplo que tentam propor novas políticas para cuidar do problema das drogas e assim melhorar a nossa vida, a nossa cidade.
Em Limeira, por exemplo, são aproximadamente 30 conselhos formados, cada um, por vários representantes da sociedade civil e do poder público. Mas não são muitos os cidadãos que desejam participar dos mesmos. Alguns conselhos faltam participantes. Alguns cidadãos colaboram em mais de 1 conselho ao mesmo tempo (como foi o meu caso), muitas vezes por falta de algum outro cidadão, consciente e disposto (e disponível), para estar presente, auxiliando nos processos que vão melhorar a vida dos cidadãos de nossa cidade.
Quero dar um conselho para você, que deseja ver as coisas melhorarem, que deseja construir um futuro, neste país, melhor para nossos filhos, para você que tem disposição de lutar para que aquilo que pode melhorar, seja realmente melhor. Quero dar um conselho a você: seja mais participativo na sua cidade. Participe de um Conselho destes. Cada um tem seu método de eleição, sua forma de abrir a porta a um cidadão. Procure conhecer um Conselho. Se não puder ser eleito, participe das reuniões, informe-se. É o caminho mais rápido para todo cidadão participar das mudanças que ocorrem em seu país, sua cidade.
Quer um conselho? não vamos perder a oportunidade histórica que estamos tendo, de conseguir um país melhor. Vamos aproveitar que estamos passando por mudanças profundas e fazer parte das próximas mudanças que teremos. Participar ativamente das decisões é uma maneira de fazer isso. E ser parte de um conselho é uma maneira viável de conseguir isso.
Quem vem comigo?



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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Revogando a "Lei de Gérson"


No Brasil, um lugar conhecido como o “país do jeitinho”, desde a década de 70 fomos acostumados a justificar toda falta de ética que busca o próprio benefício (muitas vezes em detrimento de outros) com a famosa ideia da “Lei de Gérson”, que diz que devemos (e até parece justificável) levar vantagem em tudo.
Foi por causa de um comercial de TV, protagonizado pelo jogador da seleção tricampeã em 70, Gérson, que dizia que devemos levar vantagem em tudo. Era um comercial de cigarros e o objetivo da frase nem era aquilo que estamos acostumados a ouvir. Mas o brasileiro, com o anseio de justificar as próprias atitudes, aproveitou a popularidade do jogador e elegeu aquela frase, que bem resumia o sentimento de todos que desejam levar vantagem para si mesmos, independente do significado e objetivo originais daquela frase, como o lema que a tudo justifica. O jogador que nos perdoe, mas penso que se ele soubesse onde iria parar aquela frase, ele nem teria feito aquele comercial.
Esse tipo de ideia reforçou nos brasileiros que acreditam ser justificável qualquer coisa para obter vantagens pessoais, ou para um pequeno grupo do qual pertença. Porque, afinal, precisa “ser esperrrrrrto”! Ser esperto, para obter vantagens própria, no Brasil, se transformou quase em uma virtude (alguns pensam que é uma qualidade mesmo).
Mas ser esperto ao ponto de levar vantagem, quando isso leva ao prejuízo de outro, não é algo bom, quando vivemos em sociedade. Porém, isso ficou tão entranhado na mente do brasileiro que fica difícil entender e praticar outra forma de comportamento quando se está acostumado a isso. Fica até mesmo difícil, para alguns, saber como fazer para continuar a viver sem poder ficar tirando vantagem dos outros, tão acostumados que ficaram a fazer desta regra uma forma de vida.
Mas o Brasil precisa mudar.
Esta “lei” precisa ser revogada, extinta e todos os seus efeitos anulados. Tenho certeza que o próprio Gérson concordaria com isso. Precisamos ensinar as futuras gerações que isso foi uma mancha na nossa história. Pensando na tal “lei” que justificava toda vantagem pessoal muitos cresceram achando que os fins justificam os meios. E até que um erro justifica o outro. Muitos viveram dizendo que podiam parar em fila dupla porque estavam com pressa (como se os outros não estivessem), ou estacionar em vaga de deficiente porque é rápido, muitos até fizeram disso um negócio: só no Brasil tem pessoas especializadas em guardar lugar em fila, recebendo por isso, deixando outros que necessitam da vaga e não podem pagar alguém para um lugar mais atrás na fila.
Nos meios políticos, para se conseguir algo, necessário é trocar favores. Porque alguém usa sua posição privilegiada para obter vantagens pessoais. Mas isso precisa acabar. Espero que este tipo de comportamento já esteja agonizando, em seus momentos finais, dentro da história de nosso país.
Precisamos aprender de novo e ensinar a todos que quando obtemos vantagem em detrimento de outros, esse prejuízo acaba voltando para cada um de nós, porque todos vivemos em sociedade. E se alguém da sociedade é prejudicado, então a sociedade toda é prejudicada e, de alguma forma, somos prejudicados também. Assim, se todos resolvem mentir para o governo, dizendo que precisam de seguro desemprego, estando empregados, só para obter a vantagem indevida de receber algum salário, então se todos fizerem isso, chegará um momento que não haverá dinheiro para pagar o seguro desemprego de quem realmente precisa.
O ápice desta situação, embora entranhada em todo brasileiro, pequeno ou grande, é quando um legislador cria uma lei em benefício próprio (ou de alguém que lhe pagou para fazer isso).
Aqueles que têm o poder de criar as leis não poderiam jamais estar sob o efeito da lei de Gérson. Este é o maior perigo de todos. Ter o poder de fabricar leis e não ter a ética para saber que as mesmas devem ser criadas para o bem comum, da maioria.
Mas todos, pequenos e grandes, precisam abrir mão disto. Todos precisamos almejar mais o bem comum do que o individual. Pois tudo, no fim, acaba voltando para nós, seja bom ou ruim. E, quando pudermos viver num país onde o jeitinho e o ser esperrrrto não for mais motivo de orgulho e sim de vergonha, viveremos, com certeza, num país onde teremos orgulho e prazer de viver.




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